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Cinco artistas que foram ‘cancelados’ antes de a expressão cancelamento existir

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O que é uma modinha? Algumas pessoas dizem que modinha são essas coisas do momento que todo mundo faz, como por exemplo, um estilo de corte de cabelo, uma maneira de se vestir ou simplesmente uma música que está “explodindo” no momento.

Ano após ano, o mundo lida com modinhas. Cada ano, nós ganhamos uma variedade diferente de modinhas, e as novas tendências estão cada vez mais variadas. A cultura do cancelamento é uma dessas modas. Ela foi até mesmo eleita, como o termo do ano em 2019, pelo dicionário Macquarie. Ele é um dos responsáveis por selecionar, anualmente, as palavras e expressões que mais moldaram o comportamento humano.

Essa cultura é a interrupção do apoio a um artista, político, empresa, produto ou alguma personalidade pública. Essas pessoas são “canceladas” por causa de alguma postura, que é considerada inaceitável. Vários artistas foram “cancelados” ano passado e esse ano. Mas existiram artistas que já foram “cancelados” antes mesmo dessa expressão existir. Falamos aqui quem foram.

1 – Michael Jackson

O Rei do Pop morreu em 2009 e foi cancelado por muitas pessoas. As pessoas pararam de ouvir as  músicas de Michael, depois que o documentário “Deixando Neverland” surgiu. Ele foi dirigido por Dan Reed e trazia depoimentos de dois homens falando que tinham sido abusados sexualmente pelo cantor quando eram crianças.

Wade Robson e James Safechuck disseram que esses crimes tinham acontecido há 20 anos. Depois que isso tomou uma grande proporção no grande público, Michael sofreu um cancelamento muito grande por grande parte das pessoas.

2 – Wilson Simonal

O cantor carioca era conhecido como o Rei da Pilantragem e do Swing. Simonal fez muito sucesso nos anos 1960 e 1970. E pode-se dizer que o cantor foi um dos primeiros a ser cancelado no Brasil.

Em 1974, Simonal foi condenado por sequestro e extorsão. E um detetive do Departamento de Ordem Política e Social disse que o cantor era um informante da polícia.

Na biografia do cantor, Ricardo Alexandre é bem direto em responder à pergunta, se Simonal foi o primeiro caso de artista brasileiro cancelado.

“Eu acho que simn né? Embora o conceito de cancelamento não existisse em 1971. Havia o que se chamava de patrulha, né? Patrulha ideológica em cima de um artista. Ele certamente se julgou acima de qualquer discussão política, de qualquer polarização que houvesse no Brasil naquela época e resolveu flertar com a polícia política da época”, disse o jornalista.

3 – John Lennon

De acordo com Ricardo, outro caso clássico de cancelamento, antes mesmo dele existir, é o que aconteceu com um dos Beatles.

“É aquela história nos Estados Unidos de que ele havia dito que os Beatles eram mais populares do que Jesus Cristo. Isso aconteceu em 1966, em uma entrevista na Inglaterra falando sobre a decadência da religião junto aos jovens”, lembrou.

O cancelamento de Lennon veio porque, nos EUA, a frase foi interpretada como se ele estivesse dizendo que era melhor que Jesus. O Beatle até tentou se explicar, dizendo que era uma comparação mais abstrata. Mas o cancelamento já tinha sido feito.

“Foram criadas grandes fogueiras de Beatles, discos eram destruídos, queimados. Mas devido à precariedade das informações, foi uma coisa que ficou restrita aos cinturões religiosos dos Estados Unidos, ao Sul, não extravasou”, ressaltou Ricardo.

4 – Richard Wagner

Esse foi um cancelamento que aconteceu no século XIX. Richard Wagner era um pianista alemão que viveu entre 1813 3 1883. Ele também era compositor, maestro e diretor de teatro.

O jornalista Arthur Dapieve explica o quão complexo era o caso de Wagner. “É um personagem que sempre foi muito complexo, porque é um gênio, mas ao mesmo tempo, sobre qualquer parâmetro que você olhe ele é uma pessoa bem complicada para não dizer repulsiva”, disse.

“Ele era antissemita, misógino, era um ególatra, manipulava as pessoas em torno dele. Ele fazia falcatruas financeiras. No entanto, a música dele, mesmo quando reflete de alguma forma um ponto de vista acerca dessas questões que eu mencionei, a música dele é magnífica”, completa.

Tanto que as obras de Wagner não são feitas em Israel até os dias de hoje.”No tempo da rede social, ele seria cancelado, processado e sei lá mais o quê. Mas coloca muito bem essa questão: a música dele continua sendo ouvida”, explica Dapieve.

5 –  Morrisey

Na visão de Dapieve, as pessoas hoje esperam que os artistas sejam perfeitos. E isso priva os fãs de poderem ouvir as coisas boas que eles fizeram. “Um personagem contemporâneo que é cancelado e descancelado e recancelado dependendo da declaração dele é o Morrissey, né? Você pode até simpatizar com a pessoa, gostar da vida dela, e não gostar da obra. Sempre foi assim”, comenta.

“Eu acho que se você gosta de um artista, realmente gosta, e alguma coisa dele sai da curva que você criou na sua própria cabeça, acho que vale o esforço de tentar relativizar, entender que as pessoas são complexas”, continuou.

E concluindo, Ricardo Alexandre diz que tem medo da tendência não de cancelamentos antigos, mas sim o medo dos artistas de serem cancelados.

“O artista que vai cerceando que vai produzindo uma arte de encomenda pras expectativas dessa sociedade das redes sociais. Ele não é artista, ele é produtor de jingle.A arte só é arte se tiver potencial para ser um desastre”, concluiu.

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