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Cinco novas ilhas são descobertas com o descongelamento do gelo do Ártico

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Com o aquecimento global, evidenciado pelas mudanças climáticas, muita coisa no planeta tem mudado. E isso inclui as nossas paisagens, principalmente as cobertas por gelo. Prova disso é que, recentemente, a Marinha russa descobriu cinco novas ilhas no arquipélago Novaya Zemlya, na região do Ártico. Essa descoberta só foi possível graças ao derretimento das geleiras, o que não é necessariamente uma coisa boa, mesmo que as ilhas sejam uma novidade.

Porém, as cinco ilhas, relativamente jovens, provavelmente não duraram por muito tempo. As ilhas foram cartografadas em uma expedição feita há dois meses atrás e estavam escondidas sob as geleiras do Ártico. Segundo o chefe da frota da expedição, e vice-almirante russo, Alexander Moiseyev, até agora, nenhuma das ilhas foi propriamente batizada. “Pensávamos que elas eram parte da geleira principal, chamada Vylki, também conhecida como Nansen. O derretimento, o colapso e as mudanças de temperatura levaram à descoberta dessas ilhas”.

As ilhas

No total, foram identificadas cinco ilhas distintas, com tamanhos variados. Sendo a menor delas medindo apenas 30 por 30 metros, e a maior cobrindo cerca de 54.500 metros quadrados de extensão.

A hipótese da existência das ilhas foi levantada primeiramente pela estudante de engenharia, Marina Migunova. Ela estava fazendo uma pesquisa para o seu artigo e observou massas terrestres estranhas, em imagens de satélite, em 2016. Na recente expedição da Marinha, os pesquisadores analisaram a topografia das cinco novas ilhas e chegaram à conclusão de que elas surgiram aproximadamente em 2014.

Porém, apesar de muito jovens, essas terras já são colonizadas por algas, plantas e pássaros. E foi encontrado ainda evidências de animais terrestres maiores, como ursos, por exemplo.

Até o momento, não é possível saber exatamente por quanto tempo as ilhas permanecerão visíveis nessa parte da paisagem do Ártico. Um glaciologista, que estava na expedição, sugeriu que elas possam durar no máximo uma década, mas provavelmente bem menos do que isso.

“Hoje, é difícil chegar a conclusões sobre sua importância e vida útil”, disse o capitão Alexei Kornis. Ele é chefe do Serviço Hidrográfico da Frota do Norte. “Encontramos os restos de uma foca mordida por um urso. Então, se tudo isso conseguir se enraizar, as ilhas sobreviverão”, completou.

Mudanças futuras

Durante a expedição russa, que navegou pela água que até pouco tempo atrás estava completamente congelada, os pesquisadores encontraram outras massas terrestres até então desconhecidas. Uma delas, a chamada sexta ilha, foi descoberta em um estreito da Terra de Francisco José, um arquipélago polar russo.

Segundo a própria Marinha, essas ilhas não são achados isolados. Elas fazem parte de uma variedade de novas ilhas, que têm emergido na região do Ártico nos últimos anos. E continuarão emergindo, conforme o planeta Terra se tornar cada vez mais quente, devido às mudanças climáticas. Por esse motivo, devemos estar preparados para ver, cada vez mais, transformações na paisagem polar em detrimento do derretimento das geleiras.

“A descoberta de ilhas, à medida que a geleira Nansen recua, não é uma surpresa, pois uma geleira é simplesmente um rio de gelo, transportando neve e gelo compactados dos terrenos mais altos para o mar”, disse o oceanógrafo, Tom Rippeth. “À medida que o clima esquenta, as geleiras encolhem e expõem a terra abaixo. Esse é outro sintoma do aumento do aquecimento no Ártico – nesta região a temperatura média é de 5 a 6 graus Celsius mais quente em resposta às mudanças climáticas”.

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