Natureza

Com ao menos 11 milhões de anos, aranha inédita é descoberta na Austrália

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Em um artigo publicado no Zoological Journal of the Linnean Society em 15 de setembro, uma equipe de cientistas australianos descreveu uma aranha fóssil de uma espécie previamente desconhecida, chamada Megamonodontium mccluskyi.

Com uma idade estimada entre 11 e 16 milhões de anos, essa descoberta representa o segundo maior fóssil de aranha já encontrado na Austrália e o primeiro pertencente à família Barychelidae descoberto em qualquer lugar do mundo.

O antigo aracnídeo foi localizado em junho de 2020 no sítio arqueológico de McGraths Flat, que remonta ao período Mioceno.

A região australiana é famosa por sua rocha rica em ferro conhecida como goethite, a qual preserva os vestígios de animais ao longo do tempo. Os pesquisadores recuperaram os fósseis da aranha e os adicionaram à coleção de paleontologia do Museu Australiano.

Usando micrografias eletrônicas de varredura, os cientistas conseguiram analisar minuciosamente as garras e cerdas nos pedipalpos, pernas e corpo principal do animal.

Via Revista Galileu

A importância dessa pesquisa está no fato de que essas estruturas desempenham um papel crucial na capacidade do animal de detectar substâncias químicas, vibrar, defender-se contra predadores e até mesmo produzir sons.

Semelhanças

De acordo com o estudo, essa “nova” espécie compartilha semelhanças com as aranhas Monodontium Kulczyński, também conhecidas como aranhas-de-alçapão, que ainda habitam as florestas tropicais de Singapura, Indonésia e Papua Nova Guiné. No entanto, o antigo aracnídeo australiano é cinco vezes maior do que suas “parentes” modernas.

Simon McClusky, responsável por encontrar o espécime em 2020, destacou a importância dessa descoberta ao explicar que apenas quatro modelos de aranha fóssil foram encontrados em todo o continente. Isso dificultou a compreensão da história evolutiva desses animais.

Portanto, essa descoberta é fundamental para revelar novas informações sobre a extinção das aranhas e preencher uma lacuna no nosso entendimento do passado.

Por que na Austrália?

Curiosamente, a Austrália é lar de uma quantidade surpreendente de aranhas e outros animais assustadores. Embora não tenha muitos modelos de aranha fóssil, como explica o cientista, esse país é repleto de vida selvagem.

Isso acontece por uma série de motivos, especialmente pelas características propícias do local.

A Austrália possui uma ampla variedade de habitats, que incluem florestas tropicais, desertos, áreas costeiras e regiões semiáridas.

Essa diversidade de ambientes proporciona oportunidades para diferentes espécies se adaptarem e evoluírem em nichos ecológicos específicos.

Além disso, o clima da Austrália, que varia de tropical a temperado, é propício para a sobrevivência e reprodução de muitas espécies de insetos. As condições climáticas permitem que esses aracnídeos prosperem durante a maior parte do ano.

Via Revista Galileu

Sendo uma ilha isolada, separada de outros continentes pelos oceanos, é possível desenvolver espécies únicas e adaptadas ao ambiente local.

Ainda, a competição por recursos e o ambiente específico da Austrália moldaram a evolução das aranhas do país. Muitas espécies desenvolveram adaptações únicas para caçar presas, evitar predadores e sobreviver em condições específicas.

E esse é outro ponto importante, pois a Austrália também é conhecida por sua grande diversidade de insetos e outros artrópodes que servem de alimento para muitas espécies. A abundância de presas disponíveis pode favorecer o desenvolvimento de uma rica fauna de aranhas predadoras.

Estudos

Agora, a localização de mais uma aranha fóssil aumenta a quantidade de informações para estudos sobre o passado dos insetos e como eles evoluíram no local.

Dessa forma, pesquisadores estão animados para explorar a região e verificar a existência de outros indícios históricos, além de comparar as características da família Megamonodontium mccluskyi para identificar de onde ela veio.

 

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Revista Galileu, Revista Galileu

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