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Como alguém se torna gay?

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A homossexualidade é um dos temas mais discutidos recentemente, gerando polêmicas e discussões. As opiniões se dividem para lados extremamente opostos. Alguns julgam como doença, outros apostam na genética e têm aqueles que acham que é resultado da criação. O que constrói indivíduos que apoiam a causa, os chamados simpatizantes e outros que são contra, levando a casos até de violência contra homossexuais, dos chamados homofóbicos.

Verdade seja dita, tentar explicar a homossexualidade é um desafio que inclui teorias que vão da mitologia à sociologia. O tema que está em alta no momento é a aprovação do chamado “Estatuto da Família” em que prevê a definição de família como união entre homem e mulher. Ou seja, ainda mais polêmica em torno dos gays.

Cientistas defendem que estudar biologicamente a causa dos homossexuais é algo que será capaz de diminuir o preconceito que os gays sofrem, por outro lado, o Pastor Malafaia, famoso por suas declarações a respeito da homossexualidade afirmou que a medicina não conseguirá mudar as “práticas de um homossexual”, e que a questão só pode ser resolvida no campo espiritual.

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O que a ciência diz?

Cientistas defendem que a única forma de descobrir porque os homossexuais apresentam um comportamento não natural é desvendando a causa das diferentes orientações sexuais. Com essa descoberta, seria desconstruída a ligação entre gays e “comportamentos diabólicos” ou patológicos. Ou seja, se comprovado que a homossexualidade tem uma origem genética, ficará claro que isso estava “nos desígnios do Criador”, afirmou o antropólogo Luiz Mott. Além disso, a comprovação de que “o gay já nasce gay” ajudaria na preocupação das pessoas: “Vemos a preocupação do homossexual em não ser discriminado, mas também a dos pais, que se sentem responsáveis e querem entender até que ponto esse sentimento procede” afirmou Carmita Abdo, psiquiatra do Hospital das Clínicas de São Paulo.

No século 19, estudiosos afirmaram que a atração sexual por pessoas do mesmo sexo era um transtorno mental e que pessoas diagnosticadas com essa variação precisavam de tratamento. Em meados de 1970, a Associação Psiquiátrica Americana admitiu seu total fracasso na teoria e retirou o homossexualismo de sua lista de distúrbios mentais. Foi nessa época também que o termo mudou de homossexualismo para homossexualidade, pois a sufixo “ismo” denota doença. Após isso, ser gay foi considerado uma variação de comportamento normal, mas ainda cercado de mistérios. Foram criadas teorias nas quais afirmava-se que haviam diferenças entre o cérebro de homens hetero e homossexuais, também desconstruída. A teoria mais recente e que tem mostrado grandes avanços é que algo acontece muito cedo na vida dessas pessoas, provavelmente na vida pré-natal.

Em seguida, a descoberta: usando um escâner, os cientistas viram que uma região do cromossomo X, a Xq28, era idêntica em muitos irmãos gays, e o que descobriram não foi um único gene gay, mas uma tira de DNA transmitida por inteiro. A notícia provocou reviravolta e mesmo contestada por outros estudos, a conexão entre genes e orientação sexual sugere que as pessoas não escolhem ser homossexuais, mas nascem assim.

O que a genética diz?

O famoso caso dos gêmeos Patrick e Thomas é muito usado para explicar esse tema. Os garotos têm 7 anos, olhos azuis e cabelo ondulado. Cresceram na mesma casa, criados pelos mesmos pais. São idênticos ao ponto de a primeira vista ser impossível distingui-los. Contudo, segundo os pais das crianças, antes mesmo de falar Patrick já exibia traços femininos, tinha preferencias por brinquedos voltados ao público feminino, gostava de calçar os sapatos da mãe e aos 6 anos deixou os colegas da escola constrangidos ao afirmar que era uma menina. Porém, seu irmão gêmeo, Thomas, sempre teve gostos referentes ao de meninos de sua idade, brincando de carrinho, se fantasiando de monstro de Halloween nos feriados e brincando de luta.

Ou seja, os garotos gerados pelo mesmo óvulo e clones genéticos tem comportamentos referentes a orientação sexual diferentes, pois casos como o de Patrick têm 75% de chances de se tornarem homossexuais na vida adulta, enquanto Thomas aparenta ser hétero. Logo, se a homossexualidade fosse causada por um cromossomo, os dois deveriam ter a mesma orientação sexual. Ou seja, a prova de que a genética sozinha não explica a homossexualidade, “Os estudos com gêmeos feitos até agora nos permitem uma estimativa de que até 40% da orientação sexual venha dos genes”, diz o pesquisador Alan Sanders, da Universidade Northwestern, EUA.

O que o desenvolvimento biológico diz?

Uma teoria promissora é a dos hormônios pré-natais. A teoria diz que os hormônios sexuais masculinos (andrógenos) se conectam às partes responsáveis pelos desejos sexuais no cérebro e influenciam seu crescimento, tornando o cérebro mais tipicamente masculino ou feminino. Ou seja, os hormônios importantes para a definição da orientação sexual não são os que circulam no nosso sangue quando adultos – cujos níveis são iguais em homossexuais e héteros – mas os que atuaram no período de gestação.

O que o comportamento diz?

Freud, pai da Psicanálise, certa vez afirmou que mães que superprotegem os filhos e pais ausentes poderiam criar filhos gays. Porém, se pararmos para analisar os números de filhos de pais ausentes que admitem ser homossexuais, o que Freud fez foi descobrir as consequências. Pois, a superproteção da mãe, na verdade, é uma forma de proteger o filho (que já tem traços femininos) do pai que o rejeita por perceber isso.

Essa conclusão vem do fato de que não há provas, por exemplo, de que o abuso sexual na infância leva a homossexualidade. O número de gays não é maior em lares dominados por mulheres nem entre filhos criados por casais homossexuais. Muito menos há aumento de casos de homossexualidade após períodos de guerra (quando os pais se ausentam de casa), o que enfraquece as hipóteses sobre criação familiar.

Evolução

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Apesar da ciência estar caminhando para a noção de que a homossexualidade é inata, a biologia não é completamente determinante, dando a entender que é um assunto complicado e relativo para cada pessoa e que essa predisposição para a homossexualidade pode se manifestar ou não dependendo das experiências de vida do indivíduo.

Entretanto, com base nas pesquisas, a existência de um componente genético para a homossexualidade é quase que clara, embora ainda não tenha sido completamente comprovada. Reunindo os dados que foram adquiridos ao longo dos anos é possível dizer que se realmente a homossexualidade for inata, esses fatores biológicos (como genes e hormônios) são certamente responsáveis por mais de 50% da orientação sexual do indivíduo e os outros pouco mais de 30% seriam fatores psicológicos, crenças e influências de cada um.

Porém, por mais que essas hipóteses não sejam comprovadas e a origem da homossexualidade ainda seja um mistério, o argumento é que os gays existem e pronto. Cabendo a cada pessoa entender a si mesma.

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