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Como as migrações humanas antigas mudaram a paisagem da Europa

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Arqueologia e ciência sempre andam juntas para descobrir nossas reais origens, como o mundo era antigamente, como era sua vegetação, como, porque e quando as espécies tiveram seu fim, entre outras coisas. E parece que sempre que se julga saber “com certeza” alguma coisa, uma nova descoberta surge e muda tudo.

É exatamente o que um novo estudo sugere. Que depois da última era glacial os humanos foram em massa para a Europa em marés lentas e rastejantes. E o estudo sugere que algumas delas podem ter mudado o cenário mais que outras. Surpreendentemente, os causadores dessas mudanças não eram os esperados.

Quando pesquisadores do Reino Unido e Europa compararam o momento das migrações significativas e as mudanças da vegetação eles viram que as primeiras comunidades agrícolas tiveram um impacto bem pequeno na paisagem.

Mas o mesmo não é possível dizer sobre as migrações na Idade do Bronze que foram para o oeste. E os movimentos deles resultaram em uma diminuição drástica das florestas de folhas largas e aumento das pastagens.

Estudo

O estudo é baseado em suposições e advertências, por isso é preciso um cuidado. Os resultados são somados a história da Europa sendo transformada por sucessivas ondas de culturas. Que trouxeram consigo novas linguagens, genes e formas de sobrevivência.

Quando se pega traços genéticos da Europa moderna, berços em todo o continente asiático são achados. Um dos mais antigos vão até a Península da Anatólia. Essa população de caçadores-coletores pegaram alguns truques agrícolas de seus vizinhos antes de irem para o noroeste há 11 mil anos.

O DNA que essa onda de cultivadores da Anatólia deixou pode ser visto na populações europeias modernas. Ele pode ser visto junto com o legado genético de outras migrações em massa.

Para mostrar as distribuições de três populações genéticas diferentes na Europa no decorrer dos tempos os pesquisadores usaram estudos genômicos antigos e atuais que estão disponíveis publicamente. E com isso construíram um mapa.

Uma era a população original de caçadores-coletores que se estabeleceram pós era de gelo. A segunda foram os agricultores da Anatólia que vieram depois. E uma terceira população chamada de “cultura Yamnaya”. Nome que em russo que dizer “poço” e faz referência ao estilo de sepultura desse povo.

Essa última população se mudou para a Europa no final da Era do Cobre até a Idade do Bronze, há mais de cinco mil anos. Eles vieram das terras ao norte do Mar Negro e trouxeram uma tecnologia relativamente avançada. Eram cavalos e rodas.

Mudanças

E comparando a velocidade com que os genes se dispersaram é possível ver a diferença na velocidade das migrações. Os Yamnaya da Idade do Bronze levaram muito menos tempo para se estabelecer do que os agricultores da Anatólia. A tecnologia deles ajudou, mas também o fato de que a terra já tinha sido atravessada.

O mapa genético mostra duas pontas marchando lentamente pela terra. E um exame de cobertura da terra e os mapas climáticos não conseguiram mostrar grandes mudanças nos tipos de vegetação que fossem alinhados ao movimento de ramificação.

Mas os pesquisadores viram que outros estudos identificaram os impactos locais no meio ambiente em algumas partes da Europa. Mas a influência não parece ter sido generalizada.

As migrações na Idade do Bronze foram mais dramáticas. A floresta se esgotou em larga escala e as pastagens se estabeleceram.

“À medida que esses povos se moviam para o oeste, vemos aumentos na quantidade de pastagens e diminuições nas florestas de folhas largas em todo o continente”, explicou o geogeneticista Fernando Racimo, da Universidade de Copenhague.

Provar essa casualidade é bem difícil, já que as mudanças climáticas também poderiam ter tido um papel fundamental na evolução da ecologia. Mas os modelos que os pesquisadores usaram se inclinam fortemente a acreditar que as mudanças na vegetação foram causadas pela grande migração na Idade do Bronze.

“As paisagens europeias foram transformadas drasticamente ao longo de milhares de anos. O conhecimento de como as pessoas interagiram com seu ambiente no passado tem implicações para entender a maneira como as pessoas usam e impactam o mundo hoje”, concluiu Jessie Woodbridge, geógrafa física da Universidade de Plymouth, no Reino Unido.

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