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Como ficou o primeiro homem negro a receber transplante de rosto?

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Em 2013, Robert Chelsea, aos 62 anos, foi atropelado por um motorista bêbado e, desde então, sua vida mudou completamente. O norte americano sofreu queimaduras por quase todo seu corpo e rosto. Seu rosto permaneceu completamente desfigurado, até que um doador negro, de tom de pele semelhante ao dele, aparecesse.

De acordo com a revista People, a espera de Chelsea, agora com 68 anos, findou-se em julho de 2019. Um homem, de 62 anos, que se encontrava na lista de doadores de órgãos morreu subitamente. Apesar da morte do doador, o idoso não podia estar mais feliz e grato pela possibilidade de retomar sua vida.

“Perder um ente querido e ser solicitado para algo assim… não consigo imaginar”, disse Chelsea. “Sinto-me esperançoso de poder pegar algumas das peças que a família pode ter perdido”. Para este momento Chelsea esperou por seis longos anos e uma cirurgia, que levou 16 horas para ser concluída no Boston’s Brigham and Women’s Hospital.

Com o feito, Chelsea se tornou o primeiro homem afro-americano a ser submetido ao um procedimento de transplante de rosto completo. Agora, o idoso se encontra recuperando-se da delicada cirurgia. Apesar de tudo agora ser motivo para celebração e felicidade, atingir tal marco histórico não foi uma jornada simples. Até mesmo porque receber tecidos saudáveis e compatíveis, por si só, já é algo excepcional.

Antes do transplante, Chelsea passou por 30 cirurgias ao longo de 1 ano e meio internado no hospital. Os médicos não conseguiam reconstruir seus lábios, orelha esquerda e parte do seu nariz. O que acabou por tornar atividades de seu cotidiano, como comer e beber, em algo moroso.

A cada refeição, ele tinha que inclinar sua cabeça para trás, para que nada caísse de sua boca. O mesmo era necessário para ingestão de quaisquer tipos de bebidas.

Uma nova vida

Em maio de 2018, o rosto de um doador havia sido oferecido a ele. Entretanto, a pessoa possuía um tom de pele muito mais claro do que o de  Chelsea. Apesar de sua profunda necessidade, o homem se deixou levar pela esperança de encontrar alguém com tom de pele semelhante e, portanto, rejeitou o órgão.

Pessoas negras, que precisam de transplante de órgãos, enfrentam mais dificuldades. Para termos noção, de acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, em 2015, apenas 17% dos pacientes negros que aguardavam por um transplante conseguiram um órgão. O que representa uma acentuada diferença. Especialmente, se comparado aos 31% dos pacientes brancos que conseguem.

“É de vital importância que indivíduos de todas as raças e etnias considerem a doação de órgãos, incluindo a doação de enxertos externos, como rosto e mãos”, disse Alexandra Glazier, presidente da New England Donor Services. “Ao contrário dos órgãos internos, o tom de pele do doador pode ser importante para encontrar uma correspondência.

O afilhado de Chelsea, Everick Brown, afirmou em entrevista à revista TIME que seu padrinho, após o transplante, ficou muito parecido a quem ele era antes. “Foi uma alegria”, disse Brown. “É a primeira vez que usei a palavra milagre. Ele vai ser feliz!”.

Um movimento

Chelsea se tornou agora uma espécie de garoto propaganda do movimento, que visa fomentar a doação de órgãos. Ainda há um longo trabalho de recuperação e cura pela frente, mas ela já se sente bastante otimista com os resultados. “Essa experiência foi uma jornada incrível para mim, às vezes repleta de muitos desafios”, disse o idoso. “Hoje, no entanto, fico emocionado em dizer que estou no caminho da recuperação, graças à incrível equipe de médicos e funcionários do hospital, ao amor e apoio de minha família e amigos e à minha fé inabalável”.

A cirurgia de Chelsea foi um verdadeiro sucesso e um ótimo exemplo a respeito dos avanços da medicina. Entretanto, o que mais surpreendeu as pessoas foi a rápida recuperação do estadunidense. Em apenas 10 dias, Chelsea estava falando, respirando e comendo sozinho. Desde então, ele se tornou uma voz pela causa da doação de órgãos.

“Eu estava preocupado com a humanidade muito antes desta cirurgia”, disse Chelsea, que iniciou uma ONG chamada Donor’s Dream. “Nós devemos ajudar uns aos outros. Foi assim que me senti e essa experiência só validou isso ainda mais”.

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