Ciência e Tecnologia

Como funciona a mineração nas profundezas do mar?

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Podemos afirmar que, cada vez mais, os recursos naturais estão se tornando raros ou até mesmo desaparecendo. Isso porque, muitos desses recursos são necessários para a fabricação de produtos tecnológicos e, por conta disso, as indústrias estão buscando soluções alternativas para encontrar matéria-prima. Para se ter uma ideia, até mesmo o fundo do mar está sendo local de buscas para recursos naturais. Mas, afinal, como funciona a mineração nas profundezas do mar?

Atualmente, desenvolvedoras de tecnologia estão se preparando para uma verdadeira “corrida” do ouro. Entretanto, ao invés de buscar em minas, estamos procurando no fundo do mar. Nas profundezas do oceano, encontramos sedimentos como manganês, ferro, cálcio e outros metais. Além disso, também existem reservas dos chamados nódulos polimetálicos. Ou seja, recursos minerais utilizados na produção de baterias, painéis solares, artefatos bélicos e laboratoriais.

Recursos naturais estão se tornando escassos

Ainda que a solução para o problema de recursos possa parecer estar no fundo mar, suprir essa alta demanda pode ser mais difícil do que parece. “Esses recursos são os que irão impactar as economias mundiais, seja para a produção de baterias com maior eficiência e durabilidade, seja para ligas metálicas de alta tecnologia para a indústria robótica e aeroespacial”, afirma Eugênio Pires Frazão, geólogo do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM). “Dessa forma, restará aos países explorarem as regiões mais remotas do planeta, a última fronteira exploratória da Terra, os oceanos profundos. É literalmente uma corrida pelo ouro”, completa o pesquisador.

Atualmente, existem 30 licenças para pesquisas que buscam explorar o fundo do mar. Dessa forma, o projeto já está presente em 22 países. Entretanto, esse tipo de pesquisa é utilizada apenas para fins acadêmicos. Ou seja, a retirada de recursos para a produção de produtos tecnológicos, por exemplo, ainda não é permitida. De toda maneira, novas normas estão sendo elaborados e, em breve, é possível que a corrida pelo ouro aconteça no fundo do mar.

Riquezas escondidas no fundo do mar

Entre as companhias que trabalham para entender melhor a exploração no fundo do mar, está a CPRM, uma empresa pública brasileira. Dito isso, desde 2015, o governo brasileiro possui direito exclusivo para explorar áreas ricas em cobalto. Sendo a primeira autorização no Hemisfério Sul para esse tipo de exploração, ela vale por um período de 15 anos. “Em relação aos recursos minerais, estamos apenas começando as pesquisas fundamentais para que possamos quantificar esses recursos. É um programa de Estado que em determinado momento deverá atrair o setor privado. Hoje, temos apenas alguma produção de granulados bioclásticos e sal gema na plataforma continental até 30 metros de profundidade que ainda não possuem expressão econômica significativa”, afirma Frazão.

Para Frazão, o projeto de exploração segue todas as normas internacionais e se mostra bastante responsável com a região. “Acreditamos que um debate propositivo e com embasamento científico só virá a engrandecer a questão da mineração em profundidade mundialmente. Quanto maior o acúmulo de conhecimento a respeito do tema, mais segura, responsável e sustentável será a atividade mineratória de profundidade”, afirma o geólogo do Serviço Geológico Brasileiro.

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