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Como funcionava a prisão americana, onde detentos eram torturados por cientistas arbitrários?

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A história de 101 anos da Prisão de Holmesburg, na Filadélfia, foi ilustrada por distúrbios violentos, espancamentos sangrentos e o mais chocante de todos: por experiências químicas com seus detentos. Desde sua construção, em 1895, seus muros altos abrigavam alguns dos criminosos mais perigosos do país.

Em 2011, imagens assustadoras sobre a pisão foram divulgadas. Além disso, foram tais imagens que provaram que médicos do governo usaram a cadeia na Filadélfia, situada na Pensilvânia, para testar substâncias químicas em presos.

A prisão

Em 1995, quase duas décadas após fechamento, tudo o que resta, de uma das prisões mais notórias e violentas da história americana, são paredes rachadas, corredores em ruínas e células vazias, que antes abrigavam ‘porquinhos-da-índia humanos’. A fotógrafa urbana, Cindy Vasko, capturou o silêncio sinistro e a deterioração gradual da prisão, outrora superlotada.

Os presos eram pagos, para testar uma variedade de substâncias perigosas, como materiais radioativos, alucinógenos e tóxicos. Ali, eram deliberadamente “expostos a patógenos que causavam infecções de pele”. Os presos viviam com herpes e pé de atleta, como afirmou Allen Hornblum, em seu livro Acres of Skin.

Entre 1951 e 1974, esses detentos atuaram como ratos de laboratório, para mais de 30 empresas farmacêuticas e agências governamentais. Imagens históricas mostram os ‘pacientes’, cobertos de bandagens, que cobriam suas muitas feridas e cicatrizes.

Segundo Hornblum, até um ex-prisioneiro concordou em tirar uma camada de pele das costas. Queriam, nesse ínterim, revesti-la com produtos químicos. O detento participou por dinheiro, para comprar cigarros na prisão. Durante o experimento, “ele se lembra de gritar: Oh meu Deus, minhas costas estão pegando fogo! Tire isso de cima de mim”.

Experimentos

O homem, responsável por autorizar esses exames atrozes, era o renomado dermatologista, Dr. Albert Kligman, que escreveu centenas de artigos científicos sobre o que, hoje, são consideradas doenças cotidianas, como caspa e acne.

Sua distinta carreira foi manchada pela crueldade humana, dentro da prisão de Holmesburg. Mas, felizmente, os métodos utilizados inspiraram restrições federais em testes em humanos, segundo o New York Times.

Em relação à sua linha de fábricas de cobaias humanas, Hornblum diz que “o médico tinha uma dúzia de experiências sendo realizadas ao mesmo tempo”. Para Hornblum, o médico transformou Holmesburg no K-Mart da experimentação humana. Afinal, era uma indústria real.

Holmesburg deixou um legado tão aterrorizante que, desde então, tem sido usado como cenário de diversos filmes, como Animal Factory, em 2000, e Law Abiding Citizen, estrelado por Gerard Butler, em 2009.

Quase 300 ex-prisioneiros entraram com uma ação contra a cidade da Filadélfia e Albert Kligman, em 2000, alegando que foram, cruelmente, utilizados como ratos de laboratório, entre 1961 e 1974.

Kligman negou qualquer das acusações, de acordo com o Baltimore Sun. “Na época, minhas pesquisas nas décadas de 50 e 60 estavam de acordo com o protocolo padrão desta nação sobre investigações científicas”.

Devido aos abusos em Holmesburg, as regulamentações federais foram reforçadas, para restringir os estudos médicos nas prisões. Kligman tornou-se um famoso, depois de ser creditado como o inventor do Retin-A, um creme para acne e removedor de rugas.

A prisão também foi palco de centenas de ataques violentos, fugas, guardas corruptos e estupro de prisioneiros, segundo o portal Philly.com.

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