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Como o alfabeto foi responsável por destruir várias deusas?

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No passado, várias deusas reinavam supremas. Os humanos antigos adoravam os poderes primordiais de Ísis, Afrodite, Inanna, Nuwa, entre várias outras divindades femininas. Mas a idade da deusa chegou ao fim. Os deuses masculinos até então relegados aos papéis de filhos ou amantes divinos, ganharam destaque e as poderosas deusas caíram para papéis subservientes, em seus respectivos panteões. Mas afinal, o que então, provocou essa drástica mudança dos papéis de poder na sociedade?

Historiadores e antropólogos buscam essa resposta, nas mudanças culturais, mais impactantes do mundo antigo, como a revolução agrícola de 10.000 a.C. Até porque essa foi o fim da dinâmica caçadores-coletores. Outros pesquisadores sugerem o crescimento da civilização, como causa da decadência das deusas. Mas e se tal mudança fosse em decorrência de algo mais interno? E se a causa dessa mudança de uma cultura igualitária centrada nas deusas, para uma cultura de patriarcado e misoginia fosse resultado da aquisição da linguagem escrita, por meio do alfabeto? É, justamente, esse o argumento de Leonard Shlain, em seu livro de 1998, “O alfabeto versus a deusa: o conflito entre palavra e imagem”.

Decadência das deusas

O argumento central do livro de Leonard Shlain coloca o poder da alfabetização e do patriarcado, lado a lado. Tanto que uma das principais questões levantadas pelo autor é se a linguagem escrita, especialmente a alfabética, promove uma visão patriarcal na cabeça dos indivíduos.

“O alfabeto, através de sua ênfase na linearidade e sequência, causou hipertrofia no lado esquerdo do cérebro, resultando em uma dominância cerebral acentuada, de um lóbulo sobre o outro. Metaforicamente, a mente listou para um lado, como aquele que carrega uma carga desigualmente distribuída”, escreve Shlain.

Essa ideia do autor se baseia na hipótese do efeito alfabeto de Robert K. Logan, que propõe que um meio de comunicação, seja uma força ativa na criação de novos padrões sociais e realidades perceptivas. Levando isso em consideração, por que exatamente a linguagem levaria ao abandono das deusas e à subjugação das mulheres?

Alfabeto e linguagem 

Shlain argumenta, em seu livro, que todos, independentemente do sexo, são capazes de ter visões, tanto femininas quanto masculinas. No entanto, essas visões se tornam mais codificadas, em humanos masculinos e femininos, em decorrência da nossa evolução particular. E isso se dá ainda que cada perspectiva também esteja ligada a um lóbulo específico do cérebro. Sendo a visão feminina (cérebro direito) compreendendo a visão holística, simultânea, sintética e concreta. E a visão masculina (cérebro esquerdo) de mundo linear, sequencial, reducionista e abstrata.

O seu argumento se baseia na ideia, de como a linguagem escrita é inerentemente linear, sequencial e reducionista, e por isso, promoveu o domínio do cérebro esquerdo, nas culturas literárias antigas. Ou seja, a linguagem escrita promove a mentalidade do caçador, e não do educador holístico.

Dessa forma, a criação do alfabeto e da linguagem escrita acabou influenciado e contribuindo para a decaída das deusas, no mundo antigo.

E você, o que acha disso? Concorda com o autor ou tem outra hipótese para explicar a queda das deusas? Conta para a gente nos comentários e aproveite para compartilhar com os seus amigos.

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