História

Como um vulcão (inativo) pode mudar a história do Brasil

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Acredite se quiser, um vulcão brasileiro pode mudar toda a história do nosso descobrimento, ou pelo menos a forma que conhecemos!

Na escola, aprendemos que Pedro Álvares Cabral avistou terra firme em abril de 1500. Entretanto, onde teria sido essa “descoberta”? Se você procurar, saberá que ele desembarcou onde atualmente é Porto Seguro, na Bahia.

Contudo, existem discordâncias quanto à localização geográfica dessa história, devido a um vulcão brasileiro inativo.

História oficial

Teoricamente, foi Pedro Álvares Cabral que “descobriu” o Brasil em 22 de abril de 1500. É isso que conta a versão oficial baseada na carta de Pero Vaz de Caminha.

No entanto, historiadores e pesquisadores contestam essa narrativa, sugerindo que os portugueses avistaram o pico do Cabugi. Trata-se de um vulcão brasileiro inativo próximo ao litoral do Rio Grande do Norte, em vez do Monte Pascoal, na Bahia.

Via Wikimedia

Os argumentos a favor do Cabugi incluem correntes marítimas favoráveis para a chegada das embarcações de Cabral ao Rio Grande do Norte, bem como a presença de lagoas de água doce mencionadas por Pero Vaz de Caminha em sua carta.

Além disso, o Marco de Touros, o mais antigo marco do Brasil, contribui para essa teoria, indicando uma distância consistente com a rota sugerida pelo Cabugi em relação ao segundo marco fincado pelos portugueses.

Essa perspectiva desafia a interpretação tradicional da história e sugere uma nova localização para o momento da chegada dos portugueses ao território brasileiro, apoiada por evidências geográficas e históricas.

Qual terra?

O historiador Lenine Barros Pinto, natural do Rio Grande do Norte, foi o primeiro a levantar essa hipótese nos livros Reinvenção do Descobrimento (1998) e Ainda a Questão do Descobrimento (2000).

Ele sugere que o Cabugi seja o Monte Pascoal mencionado por Pero Vaz de Caminha, e o município vizinho de Touros (RN) corresponda a Porto Seguro, onde os portugueses teriam desembarcado pela primeira vez no Brasil.

Os argumentos que contestam a “versão oficial” se baseiam em um estudo avançado das correntes marítimas do Atlântico.

Uma professora de turismo, que também se descreve como “navegadora oceânica”, explica que, depois de Cabo Verde, em oito graus de latitude Norte, o navio entra em uma área de calmaria.

Em seguida, o navegador encontra os ventos alísios e a corrente que passa por Fernando de Noronha, que o empurram vigorosamente em direção à costa do Rio Grande do Norte.

Águas doces

Outros dois aspectos cruciais que questionam a “versão oficial” da chegada de Cabral ao Brasil são a presença de lagoas de água doce e o Marco de Touros, que é o marco mais antigo do Brasil e se alinha com essa nova teoria histórica.

Quanto às lagoas, Pero Vaz de Caminha descreveu “a presença de aguada”, conforme explicado por Rosana. Ela observa que o litoral potiguar é repleto de lagoas de água doce, o que não é uma característica de Porto Seguro.

Em relação ao marco mais antigo do Brasil, o Marco de Touros, que existe desde 1501 na Praia do Marco, em Touros, existe uma boa observação.

No mapa português, consta que eles navegaram duas mil léguas ao Sul do país para colocar o segundo marco. A distância é a mesma do Rio Grande do Norte a São Paulo.

Assim, se o primeiro marco estivesse em Porto Seguro, na Bahia, o segundo marco teria que ser colocado onde hoje é a Argentina.

Via Reddit

Revendo a história

O engenheiro civil Manuel Oliveira Calvanti adotou a tese do historiador Lenine Barros Pinto e quis tirar a prova. Para isso, viajou para Portugal em busca de mais detalhes sobre a carta escrita por Pero Vaz de Caminha.

Após essa viagem e dois anos de pesquisa, o engenheiro publicou o livro “1500: de Portugal ao saliente Potiguar” (2018). Nele, reforça a tese de Barros Pinto com dados baseados na interpretação dos relatos dos portugueses.

Ou seja, temos evidências bem fortes de que a rota na História é um pouco equivocada, e pode trazer mudanças significativas para nossa herança.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Reddit, Wikimedia

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