Estamos em novembro de 2019. Los Angeles e o mundo vivem um estado de decadĂŞncia, isso porque uma nova invenção ameaça a humanidade. Estes seres sĂŁo androides intimidadores foram construĂdos por nĂłs e se rebelam contra humanidade. Tudo o que eles querem Ă© ser como nĂłs, mas nĂŁo se sabe se eles podem ser considerados seres humanos. Isso Ă© basicamente o que ocorre no filme Blade Runner (1982), mas será que essas previsões estavam certas?
Depois de quarta-feira (20/11), o universo de Blade Runner é oficialmente parte do passado. Em 1982, foi assim que o diretor Ridley Scott imaginou o futuro nesta data de 2019. Ele se baseava no conto do autor, Philip K. Dick, para imaginar como seria a vida de agora. E mesmo que não tenhamos carros voadores, o filme acertou em outros pontos da nossa vida.
Confira os erros e acertos de Blade Runner para o futuro.
1 – Carros voadores
Vai falar que vocĂŞ tambĂ©m nĂŁo esperava por essa? Os carros do universo de “Blade Runner”, os spinners, chegaram trĂŞs anos antes do De Lorean, mas mesmo assim, ainda nĂŁo Ă© possĂvel voar em um desses.
Em sĂntese, Ă© uma promessa que já nos acompanha há dĂ©cadas. Acontece que, sĂł de imaginar todos os gastos para viabilizar essa tecnologia, mesmo em 2019, certamente seriam absurdos. Mas a esperança Ă© a Ăşltima que morre, quem sabe Elon Musk ainda nĂŁo tenha uma “surpresinha” guardada para esse ano?
2 – Outdoors datados
Ainda nos anos 1980, outras marcas, que nem conhecemos, ainda faziam sucesso. E dentro do filme, a Warner Bros. havia fechado uma sĂ©rie de acordos comerciais, para inserir marcas nos outdoors do filme. Acontece que, com o passar dos anos, muitas dessas marcas ficaram para trás e acabaram por entregar a data de produção da ficção-cientĂfica. Veja os exemplos:
* Pan Am: Uma companhia aérea estadunidense que, após problemas financeiros, declarou falência e encerrou atividades em 1991.
* Bell System: Uma empresa que dominou o setor de telefonia norte americano, por muitas anos. Antes da presente data, a AT&T foi fechada, em 1982.
* Atari: A empresa foi encerrada por conta de uma briga dos videogames de 1983. Nunca se reergueu depois do surgimento de empresas como Nintendo, Sega, Sony e Microsoft.
* Cuisinart: Empresa de processadores de alimentos que quebrou por diversas vezes, até ser comprada pela Conair.
* Tsingtao: Cervejaria originalmente alemĂŁ e que foi a Ăşnica do seu grupo, a nĂŁo passou por problemas maiores e ainda permanece em funcionamento.
* Coca-Cola: Outro grande nome da lista, continua funcionando em pleno vapor.
Uma outra curiosidade Ă© que, na sequĂŞncia do filme Blade Runner 2049 (2018), mesmo as empresas que nĂŁo existem, foram mantidas na histĂłria.
3 – Chamadas de vĂdeo
Em uma cena do filme, o policial Deckard e a replicante Rachael realizam uma chamada por vĂdeo. O que antes sĂł era possĂvel dentro da ficção, hoje, faz parte da rotina de muitos de nĂłs.
Uma tecnologia que sĂł se tornaria popular em 2003, com o surgimento do Skype, se tornou mais acessĂvel do que se imaginava. Enquanto no filme, uma ligação custava US$ 4,30 (cerca de R$ 17,16 atualmente), o serviço pode ser realizado gratuitamente, com acesso a um pacote de dados e wi-fi.
4 – Imagens 3D
Na filme, Deckard analisa uma foto em uma espécie de scanner policial. Esse equipamento barulhento conseguia tratar uma imagem 2D como 3D. Fato esse, que fez com que Deckard encontrasse informações escondidas na foto.
Com isso, se podia aproximar, focar e atĂ© chegar perto sem perder a qualidade da imagem. Hoje, há diversos aplicativos, que podem fotografar um ambiente em 3D. Esse recurso pode ser encontrado em apps, como o Photosynth. SĂł que buscar um ângulo diferente do capturado continua impossĂvel.
5 – Detectores de mentira
Para investigar se alguém era humano ou robô, se utilizava o método Voight-Kampff, no filme. Perguntas que provocassem reações emocionais eram feitas. Enquanto isso, uma máquina monitorava as funções corporais e essas respostas.
Esse equipamento possuĂa uma aparĂŞncia bem mais futurista do que o polĂgrafo, por exemplo, de 1921. Hoje, esse “detector de mentiras” possui sua credibilidade contestada. De todo modo, a empresa americana Converus oferece uma tecnologia que monitora a Ăris para detectar mentiras.
6 – Casas inteligentes
Ao chegar em casa, Deckard usa um comando de voz, para ser identificado. Ele digita “Deckard 97” e uma voz feminina responde com “Obrigada!”.
Na vida real, a Amazon e o Google Assistente podem nos identificar, por meio de padrões de voz. Além disso, também há cartões para abrir portas em hotéis ao redor do mundo. Mas a tecnologia mais recente na área, são sinais emitidos por celulares e pelo uso de leitores biométricos.
7 – RobĂ´s inteligentes
No filme, a empresa criadora dos androides diz que suas criações sĂŁo “mais humanos do que os humanos”. Mesmo com uma inteligencia artificial, eles possuĂam um conhecimento equivalente ao de seus criadores.
Hoje, longe da ficção, os robĂ´s nĂŁo possuem aparĂŞncia tĂŁo “extravagante” como no filme. E mesmo com formas humanoides, como a robĂ´ Sofia, eles surgem com conversas travadas e com um roteiro previsto.
Ainda estamos longe de ter robôs, com reflexões existenciais sobre sua criação e mortalidade, porém, muito na ciência e tecnologia já foi feito. Por isso, quem sabe não estejamos bem próximos de viver em um universo cyberpunk?
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