Ciência e Tecnologia

Conheça a ciência por trás do fungo zumbi de ‘The Last of Us’

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Podemos afirmar que “The Last of Us Part II” era o jogo mais esperado do mundo. Dessa forma, mesmo cercado por diversas polêmicas, sendo que muitas dessas intrigas dizem respeito à “toxicidade” da comunidade gamer, o jogo conseguiu ser um verdadeiro sucesso. Entre suas qualidades, o game está sendo bastante elogiado pelos seus gráficos e também pelos detalhes de sua narrativa. Dito isso, muitos jogadores começaram a se perguntar como funciona a ciência por trás do fungo zumbi encontrado no jogo.

Se você não está muito ambientado no universo de “The Last of Us”, há algumas coisas que você precisa saber sobre o game. Primeiro, é que o jogo se passa em um mundo pós-apocalíptico e tomado por uma espécie de zumbis. Contudo, nesse mundo, ao invés de um vírus, há um fungo parasita que se move lentamente pelo corpo das pessoas, até alcançar o cérebro e com isso, controlar suas mentes. Porém, o que muitos não sabem é que esse fundo possui inspiração na vida real.

O game fez um trabalho excepcional de pesquisa

Na vida real, temos o Ophiocordyceps sinensis é um parente de um fungo que parasita formigas, o Ophiocordyceps laralis. Dito isso, ele se desenvolve dentro delas. Em seguida, ele as controla, para então, transformá-las em verdadeiros “zumbis”.

Uma vez transformados em zumbis, as formigas transformadas procuram um local alto e acabam morrendo. No entanto, o fungo não apenas morre juntamente com a formiga. Ao invés disso, o fungo libera seus esporos, que, levados pelo vento, chegam até locais onde o fungo consegue continuar a se multiplicar. Levando muitos aspectos em consideração, podemos afirmar que esse seria um tipo de “mutação zumbi” que vive entre nós.

Por outro lado, o Ophiocordyceps sinensis é comum na Ásia e pode ser encontrado em locais como China e Índia. Mas, ao invés de atacar formigas, esse fungo possui preferência pela larva da mariposa fantasma. Além disso, uma outra curiosidade a se dizer sobre o fungo é que ele também pode ser utilizado como substância afrodisíaca.

Esse fungo pode se tornar como o do jogo?

De acordo com o biólogo David Hughes, “os desenvolvedores realmente fizeram um trabalho fenomenal sozinhos”. Entretanto, há uma grande diferença para a realidade. Segundo Hughes, o Ophiocordyceps não domina o cérebro, mas o mantém intacto. De toda forma, não possível culpar os criadores do game. Isso porque, até pouquíssimo tempo, acreditava-se que o fungo funcionava dessa forma. Também, podemos afirmar que incluir o cérebro na ciência do fungo zumbi do game pode ser considerada uma licença poética da narrativa.

Ao contrário do game, o fundo se move de fora para dentro. Dessa forma, ele se desenvolve no cérebro e somente então, parte para outras áreas. No caso da formiga, por exemplo, esse processo leva cercada 24 horas para estar completo. Pouco a pouco, o fungo rompe os órgãos e as células da formiga. Caso uma formiga pudesse descrever essa sensação, temos certeza que não seria algo nada agradável. Na verdade, poderia ser considerado um tipo de tortura. E isso se torna ainda pior quando lembramos que alguns insetos possuem terminações nervosas e, com isso, podem sentir um tipo de dor, mesmo que diferente da nossa.

Logo, se não controlam o cérebro, os fungos precisam liberar uma substância que chamamos de neuromoduladores. Ou seja, um tipo de substância que afeta os neurônios. Por fim, também podemos afirmar que não há o que temer. Isso porque, o fungo já é um parasita das formigas há milhões de anos. Portanto, não há nada que indique uma possível relação do fungo com humanos.

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