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Conheça as árvores do Equador que podem ”andar” até 20 metros por ano

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Para você chegar até a Reserva de Sumaco, em Quito (capitado do Equador), é preciso percorrer três horas de carro até chegar à floresta. Depois, caros leitores, são mais 15 horas viajando de barco, mula e a pé. Mas por que diabos viajar tanto para chegar no meio da Reserva de Sumaco? Lá tem algo que provavelmente vocês nunca viram na vida: árvores que conseguem se “locomover”.

Peter Vrsansky, biólogo e paleontólogo da Academia de Ciências de Bratislava, na Eslováquia, explica que “o solo erode e as árvores desenvolvem novas raízes que buscam solo mais sólido, o que pode chegar a 20 metros”. As árvores, na verdade, se movem à medida que suas raízes crescem, normalmente entre 2 cm e 3 cm por dia.

As árvores que “andam”

“A partir daí, as raízes se fixam no solo, e as arvores se dobram pacientemente em direção às novas raízes, enquanto as velhas se erguem do solo. O processo para uma árvore ir para um lugar com melhor luz solar e solo mais sólido pode demorar alguns anos”, explicou o biólogo.

Vrsansky passou os últimos meses na floresta, documentando as ameaças e as maravilhas que o lugar oferece. Ele diz que o resultado da exploração é compensador. Ele descobriu cerca de 150 espécies de batatas em apenas um trecho da floresta. Algumas delas se camuflavam e até brilham no escuro.

O mais triste disso tudo? A floresta está à venda devido a um programa de reforma agrária. Porém, muitas pessoas estão com medo de comprar os terrenos por causa de um xamã local que diz que existe um espírito mau na floresta. Além disso, o local é repleto de insetos que transmitem doenças. Quem realmente está interessado nas terras são os ambientalistas, que pagam menos de 500 dólares no hectare.

Também estão sendo feitas vendas de trechos maiores para universidades de institutos de pesquisas ou mesmo para turismo ecológico, já que a reserva tem desde a biodiversidade a vulcões ativos.

Só para vocês terem uma ideia, desde o ano de 2010, cerca de 200 hectares foram derrubados perto da Reserva Bigal (estação de pesquisas do governo francês em Sumaco). Já por outro lado, muitos hectares foram destruídos por causa da construção de uma estrada, em 1986.

Infelizmente, como disse o próprio Vrsansky, as árvores não andam rápido o suficiente para conseguirem fugir da destruição do homem.

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