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Conheça história da primeira mulher aceita na Faculdade de Medicina de Harvard

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Não há muito tempo atrás, as mulheres não podiam trabalhar e nem estudar. E em um cenário como esse, ser a primeira mulher a entrar em uma das principais faculdades de medicina do mundo, é um mérito e tanto. Mérito esse que fica com Fe Del Mundo. A filipina que fez história por ser a primeira mulher a ingressar no curso, em Harvard. E posteriormente, quem criou o primeiro hospital infantil do seu país.

Depois de meses viajando de Manila, no seu país natal, rumo a Boston, nos Estados Unidos, ela chegou chocando os seus professores. Eles já esperavam, por um estudante, vindo das Filipinas. O tal estudante tinha ganhado uma bolsa do presidente, para estudar medicina na América. O que ninguém esperava era que, na verdade, se tratava de uma mulher. Em 1936, a universidade ainda não aceitava mulheres. Devido ao nome Del Mundo, ninguém, suspeitou que o novo aluno seria uma mulher. Mas mesmo assim, ela foi aceita e se tornou uma médica de prestigio e que fez história em seu país de origem.

A médica

Depois do choque, o conselho da universidade permitiu que Fe Del Mundo estudasse lá. E ela começou o curso de medicina não apenas como a primeira mulher, como também a primeira pessoa asiática a ingressar em Harvard. Ela concluiu o curso de medicina, e fez residência na Universidade de Chicago. Depois disso, fez um mestrado em bacteriologia, na Universidade de Boston.

Del Mundo escolheu a pediatria para trabalhar. Ela brincava que essa seria a única área, na qual os pacientes seriam menores do que ela, que media 1,50 metro. Mas brincadeiras à parte, o fato é que a médica não teve uma infância fácil. Isso porque o seu país enfrentava muitas dificuldades para lidar com crianças. A escolha é um reflexo da sua história de vida, já que ela viu quatro dos seus sete irmãos morrerem, ainda crianças.

Após concluir o curso, e apesar da insistência para continuar nos Estados Unidos, Del Mundo resolveu voltar ao seu país. “Sei que, com meu treinamento de cinco anos em Harvard e em diferentes instituições médicas nos EUA, posso fazer muito”, disse ela, em entrevista ao Centro Filipino de Jornalismo Investigativo.

Del Mundo chega às Filipinas em 1941, justamente durante a ocupação japonesa. Nessa época, ela trabalhou na Cruz Vermelha e criou um centro para o tratamento de crianças.

O seu trabalho

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a médica fundou o primeiro hospital infantil das Filipinas, em Quezon City. Se tratava de um edifício simples, de apenas quatro andares, no qual ela investiu tudo que tinha. Ela chegou a vender a própria casa, para pagar por um elevador. Depois disso, ela acabou se mudando para um quarto do hospital.

No entanto, ela sabia que só esse hospital não seria capaz de atender a todas as crianças do país, principalmente as viviam em áreas rurais ou em alguma das oito mil ilhas do arquipélago. Com isso em mente, ela fez o que pôde para ajudar o máximo de pessoas possíveis. Ela fazia constantes viagens para treinar profissionais e educar as populações locais. Del Mundo inventou até uma incubadora, feita de bambu e aquecida com garrafas de água, para bebês prematuros, em regiões que não tinham eletricidade.

Em toda a sua carreira profissional, a médica publicou cerca de 150 artigos científicos e um livro didático de medicina. Inclusive, esse livro é usado nas Filipinas até hoje. Em 1977, ela foi reconhecida com o prêmio Ramon Magsaysay para Serviços Públicos. E mesmo aposentada, Del Mundo continuou participando da rotina do hospital, até 2011, quando faleceu, aos 99 anos de idade.

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