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Conheça o mistério por trás dos cavalos selvagens de Chernobyl

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Há 34 anos atrás, fomos surpreendidos com a notícia do acidente na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia. Para se ter uma ideia, este foi o maior acidente da História envolvendo uma usina nuclear. Por conta da radiação causada pela explosão, cerca de 4.700 km² foram considerados inabitáveis. Além disso, mais de 350.000 pessoas precisaram ser evacuadas da área. Contudo, três décadas depois do ocorrido, um grupo de cavalos selvagens de Chernoyl vem chamando a atenção de pesquisadores.

Segundo previsões, devido à contaminação radioativa, a área ainda permaneceria inabitável por mais de 20.000 anos. Dessa forma, acreditava-se que não veríamos vida na região tão cedo. No entanto, os cavalos-de-przewalski, que foram vistos na região, desafiam tudo o que sabemos.

Eles eram considerados a última espécie de cavalos verdadeiramente selvagens

Desde o século XV, a existência dos cavalos-de-przewalski nas estepes da Ásia já era conhecida. No entanto, foi somente em 1881, que a espécie foi formalmente estudada pela ciência. Isso aconteceu por meio de um crânio e pele coletados pelo coronel russo Nikolai Przewalski. Depois disso, os cavalos conhecidos como takhi (“santos”), na Mongólia, foram renomeados como cavalos de Przewalski (Equus ferus przewalskii).

Por muitas décadas, eles foram considerados a última espécie de cavalos verdadeiramente selvagens do mundo. No entanto, estudos recentes indicaram que na verdade, essa espécie descende dos primeiros cavalos domesticados pelo povo Botai, no norte do Cazaquistão, há 5.500 anos atrás. Contudo, hoje, há poucos desses animais e para a surpresa dos pesquisadores, muitos estão em Chernobyl.

No momento do acidente na usina nuclear, não havia cavalos-de-przewalski em Chernobyl. Contudo, em 1998, 31 desses cavalos chegaram à Zona de Exclusão. Dessa forma, mesmo com a caça, a alta taxa de natalidade da espécie fez com que, em 2007, ainda houvesse 50 cavalos-de-przewalski. Atualmente, estima-se que 150 cavalos vivam na região. Porém, esse número é dividido em 13 grupos.

E como os animais vivem na região?

Na ausência dos humanos, a grande área de Chernobyl se tornou um verdadeiro refúgio para a vida selvagem. E claro, isso nos leva a refletir sobre o impacto da presença humana nos ecossistemas naturais. Assim, sem atividade humana por perto, mesmo com a contaminação radioativa, a grande fauna parece prosperar.

Outras áreas afetadas pela contaminação radioativa, como a do Acidente nuclear de Fukushima I, no Japão, e a área de testes de bombas atômicas, nos atóis do Pacífico, também mantêm uma grande diversidade de vida selvagem. Desse modo, essas informações podem reavaliar nossas previsões para o impacto a médio e longo prazo da radioatividade no meio ambiente.

De toda forma, ainda precisamos entender melhor como funciona a vida selvagem em áreas com contaminação radioativa. De fato, muitas perguntas ainda precisam ser respondidas. Com os organismo que vivem em Chernobyl lidam com a radiação? Essa exposição causa menos danos? Os organismos possuem mecanismos mais eficazes para reparar danos causados pela radiação?

Essas são apenas algumas perguntas que ainda precisam de muita pesquisa para serem respondidas. Até lá, continuaremos observando os cavalos selvagens de Chernobyl e como eles, e outras espécies, reagem ao viver em um lugar que ainda é considerado extremamente perigoso para a raça humana.

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