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Criadores de Avatar relembram Lenda de Korra em nova entrevista

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É certo que Avatar é amplamente popular ao redor do mundo e conta com uma fama que transcende gerações. Contudo, vale lembrar que A Lenda de Aang não foi a única série produzida por Bryan Konietzko e Michael DiMartino. Apesar de não contar com o mesmo alcance de sua antecessora, A Lenda de Korra não deixou de ser aclamada. É difícil encontrar uma sequência que consiga manter o nível qualitativo da produção original. No entanto, a história da jovem Avatar da Tribo da Água do Sul alcançou esse conquista. A acompanhamos desbravar a cidade grande enquanto tentava difundir paz e harmonia entre dobradores e não-dobradores. Além disso, imergimos mais nos conflitos entre o mundo físico e espiritual. Portanto, Korra conseguiu passar uma mensagem tão importante quanto A Lenda de Aang sem perder sua autenticidade.

Sendo assim, mesmo tendo sido finalizada em 2014, A Lenda de Korra segue atraindo a atenção do público. Isso se deve ao fato da mesma ter dado continuidade à principal característica do universo criado por DiMartino e Konietzko. Sim, estamos falando do debate atemporal de temáticas socioculturais. Coincidentemente, há pouco tempo os dois escritores concederam uma entrevista ao Polygon, onde relembraram e revelaram detalhes sobre a produção. Portanto, deixemos de lado toda a polêmica em torno do desligamento de ambos da adaptação de A Lenda de Aang da Netflix. Agora iremos focar no que a dupla criativa tem a dizer sobre como ambas as séries envelheceram e porquê podem haver mais histórias a serem contadas.

Konietzko e sua identificação com Korra

Assim como dissemos acima, existe uma notável disparidade de audiência entre as duas séries da franquia. De acordo com Konietzko, isso se deve ao fato de Korra ser mais desafiadora, tanto a personagem quanto a série. “Você nunca conseguirá agradar todo mundo, especialmente com uma sequência. Então você deve fazer o que te parece ser o melhor. A última coisa que queríamos era fazer a mesma série outra vez, apesar dos fãs de A Lenda de Aang desejarem que tivéssemos feito isso”, disse o escritor.

Além disso, ele ainda compartilhou um detalhe interessante sobre sua relação com seus personagens. “Nossos protagonistas não são apenas recursos narrativos para mim. Depois de passar anos trabalhando para contar suas histórias, eles se tornaram pessoas muito reais na minha cabeça e no meu coração. No fim daquela cansativa produção, eu me senti muito próximo de Korra. Eu definitivamente tenho muito mais em comum com a personalidade dela do que com a de Aang, e suas lutas pessoais e crescimento parecem muito reais para mim”, relatou Konietzko.

A ideia de tirar os dobradores de ar da lista de espécies extintas

Quando Matt Patches, o entrevistador do Polygon, perguntou qual adição à mitologia do mundo Avatar mais surpreendeu os criadores em A Lenda de Korra, DiMartino lembrou imediatamente dos Nômades do Ar. “Quando começamos Korra, nós não imaginávamos que encontraríamos uma forma orgânica de trazer os dobradores de ar de volta – além dos descendentes de Aang e Katara. Mas com a segunda temporada, as peças foram se organizando de uma forma que pareceu plausível no universo Avatar”, revelou o autor.

A complexidade dos vilões de A Lenda de Korra

Embora A Lenda de Aang tenha nos presenteado com a incomparável Azula, em A Lenda de Korra os vilões atingem um patamar ainda mais ousado. Zaheer, por exemplo, possuía tamanha complexidade que, por vezes, nos fazia achar suas motivações plausíveis. Segundo Konietzko, os fãs realmente dizem que o líder da Lótus Vermelho mexe com suas cabeças, pois apesar das terríveis ações, ele apresenta pontos muito bons. “Eu acho que ele sabe que o que ele faz é péssimo e não curte isso necessariamente. Mas o que quer que tenha acontecido em seu passado misterioso foi doloroso o suficiente para fazê-lo aceitar isso como algo necessário. É por isso que ele é definitivamente um dos meus vilões favoritos dentre os que já criamos”, disse Konietzko.

“Eu acredito que grande parte do nosso ponto de vista criativo é explorar as áreas cinzentas em tudo, especialmente nos nosso vilões. Tentamos olhar todos nossos personagens como pessoas em primeiro lugar, depois como heróis ou vilões. Talvez, de forma mais precisa, protagonistas e antagonistas. Se um personagem é simplesmente “mau” e consciente disso, é muito estático para mim. É muito mais dinâmico e realista se esse personagem acredita que está do lado certo”, desenvolveu ele.

Em seguida, Konietzko ainda referenciou um sucesso do Studio Ghibli. “Uma das coisas que ressoou profundamente em mim sobre Princesa Mononoke, foi como como não havia nenhum vilão, apenas pessoas competindo por interesses. Aquela não era uma perspectiva que eu via na animação ocidental naquela época, mas coincidiu comigo e com o tipo de histórias que eu queria contar”, compartilhou o produtor.

A escolha da antagonista final de Korra e o futuro da franquia Avatar

“Na metade da produção da série nós sabíamos que queríamos um ditador militar como nosso vilão final. Então começamos a mirar em direção a isso, criando uma fundação para Kuvira no Livro 3. Ela não apenas apresentou um contraste gritante com Zaheer, mas também foi uma grande pista do que Korra poderia ter se tornado – alguém consumido por seu poder. Serviu para mostrar como Korra cresceu como Avatar”, explicou Konietzko.

Por fim, DiMartino fez questão de dar aos fãs uma fagulha de esperança. “Existem muitas sementes que plantamos ao longo de ambas as séries e quadrinhos que podem ser expandidas e exploradas. O universo Avatar é um lugar enorme e tem uma grande história. Então, existe muito potencial para novas narrativas”, concluiu ele.

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