Ciência e Tecnologia

Depois de ciclone bomba, agora temos um furacão “zumbi”

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Recentemente, o sul do Brasil foi tomado por um “ciclone bomba” e a expressão se popularizou no país. Assim, o termo que é usado com bastante frequência nos Estados Unidos, mas não é tão popular em território nacional, designa um ciclone extratropical no qual há um rápido aprofundamento da pressão atmosférica central. Em seguida, essa pressão cai como uma “bomba”, em um intervalo de 24 horas. Em um exemplo recente, citamos a costa sul do país que, ao ser atingida por um ciclone bomba, deixou desabrigados e mortos entre os dias 30 de junho e primeiro de julho. Porém, depois de termos ciência dessa designação técnica, um novo termo vem chamando a atenção. Afinal, do que se trata um ciclone ou furacão “zumbi” que atingiu as Bermudas?

Até o momento, “ciclone zumbi” não é um termo técnico, mas, com sua popularização, pode vir a ser em breve. De forma resumida, trata-se de um ciclone que estava em dissipação. Ou seja, morrendo. Mas que, de repente, “ganha vida” novamente, bem como um zumbi.

Como funciona esse tipo de furacão que pode “voltar à vida”?

No início de setembro, a tempestade tropical Paulette de categoria 1,  formada no Oceano Atlântico, atingiu as Bermudas. Depois disso, ela ganhou força e se tornou um furacão de categoria 2. Com isso, acabou se dissipando em cinco dias e meio. No entanto, no início da semana (28/09), Paulette se “voltou a vida” e usou sua força para atingir mais de 400 quilômetros de distância das Ilhas dos Açores.

O nome surgiu como uma brincadeira do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos em suas redes sociais. E claro, logo se tornou a definição do fenômeno que estamos presenciando. “Já que estamos em 2020, agora temos tempestades tropicais zumbis. Bem-vindos de volta à terra da tempestade tropical viva”, afirmou a agência científica em sua rede social. No entanto, brincadeiras a parte, a existência desse furacão reforça a importância de um tema que devemos voltar a discutir, as mudanças climáticas.

Ainda que o fenômeno tenha assustado, ele não deve ser isolado e poderá se tornar mais comum. Isso acontecerá juntamente com outros desastres naturais que vêm se intensificando nos últimos anos. Dessa forma, bem como queimadas e o número elevado de furacões, os ciclones zumbis também são resultados das mudanças climáticas.

Um fenômeno que acontecesse em decorrência das mudanças climáticas

De acordo com Donald Wuebbles, professor de ciências atmosféricas da Universidade de Illinois, os furacões ganham força antes de alcançarem a costa. Assim, os furacões precisam de ar e água quente para serem formados. E, em condições oceânicas e atmosféricas propiciadas pelas mudanças climáticas, esse fenômeno devastador se torna mais comum.

Da mesma maneira que o mesmo se torna mais comum, ele se torna mais intenso. Por isso, se os furacões não nascessem tão fortes, eles teriam “morrido” e seguido com seu ciclo. Porém, com o aumento do aquecimento global e das águas quentes, os furacões conseguem recuperar as forças e voltar fazendo mais estragos. E, é aí que devemos nos preocupar. Ainda que não tenhamos novos casos desse tipo de tempestade, em breve, esse fenômeno deve se repetir.

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