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Depois de mulher negra ser expulsa de voo da Gol, Educafro pede R$ 50 milhões de indenização

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No dia 2 de maio, a Fundação Educafro, que promove a educação e a cidadania de afrodescendentes e carentes, entrou com uma ação civil pública na justiça contra a Gol Linhas Aéreas.

A ação está relacionada ao caso de racismo envolvendo a professora e pesquisadora Samantha Vitena. Ela foi expulsa de um voo da Gol que partia de Salvador para São Paulo na última sexta-feira, 28 de abril, após se recusar a despachar sua mochila contendo um notebook.

A Fundação alega que a empresa criou um ambiente hostil com práticas de liderança e treinamento baseadas no racismo estrutural. Isso não só representa um risco para a sociedade em geral, mas também pode causar riscos pessoais para os próprios funcionários da Gol.

Além disso, a Fundação argumenta que essas práticas desestimulam e oprimem os poucos funcionários negros da Gol. Ainda, projetam internamente uma autopercepção geral de desvalorização para esses profissionais.

A Educafro pede uma indenização de R$50 milhões por danos morais e coletivos, bem como algumas mudanças. Por exemplo, exige alterações na governança da Gol e a implementação de políticas de combate ao racismo por meio da educação e da institucionalização de procedimentos.

Via Terra

Educafro

A Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes) é uma organização não governamental brasileira fundada em 1991. Seu objetivo é promover a inclusão educacional e social de afrodescendentes e pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

A instituição surgiu como uma iniciativa de estudantes universitários negros que, ao perceberem a ausência de políticas de inclusão nas universidades, decidiram criar uma organização para lutar por seus direitos.

Atualmente, a Educafro desenvolve uma série de projetos voltados para a educação e o empoderamento de jovens e adultos negros e de baixa renda.

Isso inclui cursos preparatórios para o ENEM e vestibulares, programas de formação profissional, orientação jurídica e acompanhamento psicológico.

Além disso, a organização também atua na defesa dos direitos humanos e na luta contra o racismo institucional.

A Educafro tem sido reconhecida por seu trabalho em prol da inclusão e da igualdade racial no Brasil, recebendo diversos prêmios e honrarias ao longo de sua trajetória.

A organização é uma referência no país e tem contribuído significativamente para a ampliação do acesso à educação e à cidadania para a população afrodescendente e carente.

Relembre o caso da Gol

Via Portal Aviação

De acordo com imagens que circulam na internet, Samantha foi expulsa do voo por três agentes da Polícia Federal.

Embora a professora tenha questionado a ação, ela não resistiu ao pedido de sair da aeronave. Em entrevista ao Programa Encontro, da TV Globo, Samantha expressou sua insatisfação e afirmou que ainda tem perguntas sem resposta.

Ela afirmou que foi considerada uma ameaça, mesmo tendo colaborado. Suas indignações eram apenas verbais, mas três agentes foram chamados para removerem-na do avião.

A Gol Linhas Aéreas informou que Samantha não recebeu autorização para continuar no voo por não ter concordado em colocar sua bagagem em locais apropriados e seguros para as malas.

A empresa divulgou uma nota afirmando que a remoção da passageira foi uma “medida de segurança”.

De acordo com a Gol, a passageira em questão tentou colocar sua bagagem de mão no compartimento superior. Ela alertou que havia equipamentos eletrônicos dentro da mala.

A empresa recomenda que esses itens sejam transportados na cabine, junto ao passageiro, e não despachados.

No entanto, para a passageira, voltou atrás nas recomendações e insistiu em levar sua bagagem do compartimento superior.

A passageira e ativistas, como da Educafro, afirmam que a motivação do caso foi racismo, uma vez que a passageira é negra, e outros clientes brancos já teriam discutido pelo mesmo motivo.

Diante das acusações, a Gol se pronunciou reiterando seu compromisso com a diversidade e o combate ao racismo.

A empresa afirmou que está investigando o caso e reforçou que suas políticas e procedimentos são baseados em normas de segurança e não possuem qualquer viés discriminatório.

O caso segue em análise pelas autoridades competentes.

 

Fonte: Terra

Imagens: Terra, Portal Aviação

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