Ciência e TecnologiaCuriosidades

Descobertas sobre formação do vulcão das Bermudas revela mais sobre a história da Terra

0

Com seus mares azul-turquesa e praias cor-de-rosa, as ilhas Bermudas atraem quase 1 milhão de turistas todos os anos. No entanto, muito abaixo da água cristalina, algo instiga multidões de cientistas. Os pesquisadores da Cornell University tinham um palpite de que havia alguma coisa conflituosa acontecia nos vulcões da região. Por isso, analisaram uma amostra central (seção cilíndrica de uma substância natural) com 800 metros. Esta, inclusive, foi recolhida em 1972. A intenção da análise consistia em explorar quaisquer indicações sobre como os vulcões foram formados. Os cientistas estavam em busca de isótopos, oligoelementos, evidências do teor de água e materiais voláteis. Quando a equipe analisou os materiais, acabaram encontrando vestígios da “zona de transição”. Ou seja, uma camada rica em água, cristais e rocha derretida que fica sob o manto externo e interno. Dessa maneira, as descobertas sobre formação do vulcão das Bermudas revela mais sobre a história da Terra.

E o porquê de tanto alarde sobre os vulcões e a possível formação pelas zonas de transição do manto? Porque, antes, os pesquisadores não sabiam que os vulcões podiam se formar pelo material que sobe a partir da região entre o manto superior e inferior. O trabalho, publicado na revista Nature, resolve um mistério de longa data sobre as ilhas do Atlântico. Contudo, além disso, também descreve uma maneira totalmente nova de se entender um vulcão.

Pressupostos sobre a formação do vulcão das Bermudas

Vulcões normalmente se originam como o resultado do movimento das placas tectônicas, produzindo uma rachadura na superfície da Terra em que o magma pode escapar. Eles também podem se formar em “hotspots”, onde ocorre a elevação de plumas mantélicas – espécie de colunas estreitas de magma.

Agora, pesquisadores descobriram que vulcões também podem se formar quando o material sobe a partir da zona de transição do manto. A equipe acredita que houve um distúrbio na região que forçou o material ao processo de derretimento. Assim, consequentemente, este se moveu em direção à superfície.

“Depois de 50 anos com pessoas fazendo pesquisas geoquímicas em lavas oceânicas, ninguém encontrara a indicação clara que descobrimos nas Bermudas”, diz o coautor do estudo, Esteban Gazel, geoquímico da Cornell University. “Às vezes, por sorte, você acaba encontrando algo novo e diferente”.

Os pesquisadores estavam analisando um vulcão extinto sob o Oceano Atlântico, responsável pela formação das Bermudas. Eles observaram a composição química de uma amostra central de 800 metros com o objetivo de construir uma imagem da história vulcânica das ilhas Bermudas.

“Antes do nosso trabalho, as ilhas Bermudas foram interpretadas como o resultado de uma profunda anomalia térmica no manto da Terra. No entanto, não havia dados diretos para apoiar a tese. Isto é devido ao fato de que o edifício vulcânico é completamente coberto por calcário”, Cornell Esteban Gazel, um dos autores do estudo, disse à Newsweek.

Futuras descobertas?

As medições feitas a partir da amostra central eram diferentes de tudo o que fora visto anteriormente, sugerindo que a lava vinha de uma fonte não identificada. Subsequentemente, os pesquisadores perceberam marcas da zona de transição nas amostras.

“Eu primeiro suspeitei que o passado vulcânico de Bermudas era diferente enquanto eu analisava as amostras. Assim, notei as diversas texturas e mineralogia preservadas nos diferentes fluxos de lava”, disse a principal autora, Sarah Mazza, da Universidade de Münster, na Alemanha. “Foi emocionante repassar nossos primeiros resultados… os mistérios das Bermudas começaram a se desdobrar”.

Além disso, com um novo modelo para a fabricação de vulcões, as ilhas Bermudas podem não estar sozinhas. As descobertas sobre formação do vulcão das Bermudas revelam mais sobre a história da Terra. Ou seja, outros vulcões podem existir no Oceano Atlântico, formados pelos mesmos processos ou por processos similares. De acordo com Mazza, “nós apenas não os encontramos ainda”.

Submarino bateu recorde chegando ao fundo da Fossa das Marianas

Artigo anterior

Keanu Reeves revela que gostaria de interpretar o Wolverine

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido