História

Dezenas de esqueletos de 2.500 anos são achados em deserto de Israel

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Em 2021, foram descobertas duas tumbas no coração do deserto de Negev, no sul de Israel, por arqueólogos.

Essas tumbas continham pelo menos 50 esqueletos. No entanto, apenas agora, em um estudo publicado em 9 de julho no Jornal do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv, os pesquisadores levantaram a hipótese de que os restos mortais pertenciam a mulheres que foram vítimas do tráfico para prostituição.

Diferentemente dos cemitérios comuns no Negev, que possuem formatos arredondados, as duas câmaras eram quadradas.

Segundo Tali Erickson-Gini, um dos responsáveis pelo estudo, até o momento as duas tumbas nunca passaram por estudo, sem associação a algum tipo de assentamento.

Os restos mortais estavam no cruzamento de duas importantes trilhas que percorriam de oeste a leste, do Egito ao Wadi Arabah (região próxima ao Mar Morto), que eram comuns entre comerciantes na antiguidade.

Especialistas indicam que enterros em estradas eram comuns, pois muitos morriam de doenças ou vítimas da violência local.

Além de dezenas de esqueletos, as duas tumbas também apresentavam alguns tesouros de diferentes culturas do sul do Levante (região ao redor do Mediterrâneo oriental), sul da Arábia e Egito.

A maioria desses tesouros data do final da Idade do Ferro e início do período persa aquemênida (do século 7 a.C. ao século 5 a.C.).

Via Revista Galileu

Preservação das duas tumbas

Os objetos encontrados nas duas tumbas junto aos restos humanos foram os primeiros indícios para determinar o sexo dos esqueletos descobertos.

Entre os ossos, encontraram joias de liga de cobre e ferro, vasos de cerâmica e conchas do Mar Vermelho, que eram frequentes em talismãs egípcios.

Os pesquisadores sugerem que essas mulheres podem ser vítimas de tráfico.

Provavelmente compradas em Gaza ou no Egito, elas teriam sido levadas para a Arábia, onde possivelmente foram vendidas como noivas ou prostitutas.

Embora existam inscrições mineanas no Iêmen que documentam essas práticas, é preciso mais evidências para confirmar essa hipótese.

Junto aos ossos, também encontraram porta-incensos e uma bandeja de alabastro, remanescentes do comércio de mirra que era famoso na região.

Os arqueólogos também observaram que alguns dos recipientes de incenso tinham quebras intencionais, provavelmente como parte de um ritual de enterro.

As posições dos restos humanos dentro das sepulturas indicam que os esqueletos se moveram de seus locais originais para abrir espaço para novos enterros. Isso sugere que o local era popular por um longo período.

A análise dessas tumbas pode preencher uma lacuna importante nos registros arqueológicos.

Historiadores alertam que sabemos pouco sobre o comércio na região, e as interações greco-romanos são de datas anteriores aos enterros. Assim, podem complementar os estudos.

O sistema de túmulos passou por preservação e restauração para permitir que os arqueólogos continuem as pesquisas.

Importância

A descoberta dessas duas tumbas e os estudos subsequentes são de grande importância por várias razões.

Com ela, será possível saber mais sobre a prostituição e violência na época, além de aspectos importantes das práticas funerárias e sociais da época.

Isso ajuda os pesquisadores a entenderem melhor as realidades sociais, culturais e econômicas do passado, além de lançar luz sobre o tráfico humano na antiguidade.

Via Revista Galileu

Ainda, a presença de tesouros de diferentes culturas do sul do Levante, sul da Arábia e Egito nas tumbas destaca as conexões comerciais e culturais que existiam na região naquele período.

Assim, contribui para um maior entendimento das redes comerciais e interações entre diferentes povos e civilizações antigas.

Em termos históricos, os objetos encontrados, como joias, vasos de cerâmica e conchas do Mar Vermelho, fornecem percepções valiosas sobre os povos que ali morreram, preenchendo colunas na História.

Além disso, é uma forma de entender o papel das mulheres na região e suas atividades para sobreviver.

Por isso, pesquisadores continuam com as avaliações e esperam ter respostas mais concretas com base nos objetos de estudo.

 

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Revista Galileu, Revista Galileu

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