Ciência e Tecnologia

É assim que seriam as formas de vida se elas tivessem surgido em Titã, a lua de Saturno

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A lua de Saturno, Titã é um mundo que pode parecer com a Terra se você olhar para sua geologia com a presença de lagos e dunas. Mas as semelhanças acabam por aí. É que esses lagos são formados não por água, mas sim por metano e etano, no estado líquido. Além disso, sua atmosfera é rica em nitrogênio, e não em oxigênio. Com características assim, Titã é que teria as formas de vida totalmente irreconhecíveis.

Para qualquer forma de vida surgir em Titã, seria necessário um organismo capaz de resistir à temperatura de -170 graus Celsius. Mesmo para os micróbios semelhantes aos da Terra, seria um mundo hostil. Ainda assim, nas regiões onde o metano líquido e abundante, a vida pode acontecer, a partir de um bloco químico específico.

Formas de vida totalmente diferentes do que conhecemos

Na Suécia, Martin Rahm, químico da Universidade Chalmers de Tecnologia, criou com seu colega uma simulação, que apontou para a possibilidade de que o conjunto de condições em Titã, a lua de Saturno, seja capaz de gerar vida. Contudo, caso isso aconteça, as coisas poderiam se tornar bem estranhas.

Por conta da ausência de água, os organismos que viveriam por lá seriam bem diferentes. Assim, qualquer ser microbiótico que fosse levado da Terra para um dos lados Titã sofreria bastante. Isso porque, mesmo seres unicelulares terrestres são mantidos em membranas feitas de moléculas gordurosas, chamadas lipídios. Portanto, os lipídios formam uma estrutura, que delimita todas as células vivas, sendo uma espécie de barreira. Por isso, certas atraem moléculas, enquanto outras as repelem.

Em Titã, os lagos não têm água para interagir e as temperaturas frias congelariam qualquer vida terrestre sólida. Assim, foi sugerido que, ao invés de lipídios, existissem algumas moléculas conhecidas como acrilonitrila. Essa possibilidade foi levantada em 2015. Depois disso, após dois anos de, observatório ALMA encontrou evidências da substância em Titã. Logo, com as quantidades encontradas, seria possível sustentar milhões de formas de vida unicelulares.

Simulando como viveriam essas formas de vida

Por meio da simulação, Rahm e sua colega, Hilda Sandström, descobriram que qualquer vida em Titã não poderia ter a superfície externa mole, como acontece nas células da Terra. Assim, as moléculas se organizariam em um tipo de cristal rígido, como gelo ou sal de mesa. E não na folha plana e flexível das células, mantidas por membradas feitas de lipídios. Inclusive, um dos membros da equipe de 2015 elogiou esse trabalho como “excelente”. Mas também afirmou que ainda há espaço para trabalhar com a ideia original. Dessa forma, os lagos de Titã também possuem etano e outros componentes, que poderiam tornar as moléculas mais flexíveis.

Por fim, os pesquisadores admitiram também que as ideias são meramente especulativas e até mesmo improváveis. No entanto, sua pesquisa poderá ser útil para quando a NASA enviar o drone Dragonfly, para a superfície de Titã. Desse modo, até lá, novos estudos como este poderão apontar quais tipos de moléculas o drone deverá procurar, para tentar encontrar sinais de vida que, ao que tudo indica, devem ser muito diferente da forma como conhecemos.

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