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É possível contrair Covid-19 pelo ar-condicionado?

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A cada verão que passa, o consumo de aparelhos de ar-condicionado se torna maior no Brasil. E claro, mesmo na pandemia, isso não seria diferente. Nos últimos anos, esse mercado tem crescido cada vez, seguindo um caminho contrário da crise econômica e da queda de vendas de outros produção. Em 2016, o Brasil tinha cerca de 27 milhões de aparelhos de ar-condicionado. Isso inclui aparelhos residenciais e comerciais. Nos próximos anos, a previsão é que, em 2050, o número chegue a 165 milhões de aparelhos. Dessa forma, sendo um produto tão popular e procurado pelos brasileiros, nos perguntamos: será que é possível contrair Covid-19 pelo ar-condicionado?

Atualmente, é possível encontrar esses aparelhos nos mais diversos locais. Seja em nossa casa, em pequenos comércios ou até em transportes públicos, o ar-condicionado é ótimo cartão de visita para estabelecimentos e locais que buscam passar uma imagem confortável. No entanto, com a atual pandemia de Covid-19, o ar-condicionado tem se mostrado um vilão na luta contra o vírus.

O que fazer em locais que possuem ar-condicionado?

De acordo com um estudo recente, pesquisadores chineses descobriram que em um restaurante, o aparelho de ar-condicionado foi responsável pela infecção de 10 pessoas de três famílias diferentes que estavam almoçando ali. Contudo, se acalme, nesse caso, o ar-condicionado não é o único responsável pela disseminação da infecção.

Em condições ideais, é recomendado que o local esteja todo fechado. Isso acontece para que o ar circule naquela ambiente controlado. Assim, o mais problema não está no uso do ar, mas sim, no confinamento coletivo. Nesse tipo de situação, a circulação é baixa ou quase nula, propiciando uma maior disseminação da infecção. Por isso, no cenário atual, é necessário utilizar outros aparelhos, ou ainda, usar o ar-condicionado com as frestas abertas. Portanto, é preferível dar prioridade para aparelhos como ventiladores e climatizadores e, sempre lembrando, com o maior número de janelas e locais de ventilação possíveis.

Ainda sabemos muito pouco sobre o vírus, mas, no Brasil, a situação pode ser um pouco mais complicada. Isso porque, a manutenção desse tipo de aparelho acontece com menos frequência. Portanto, questões de higiene e que, colocam a nossa saúde à prova, são esquecidas por muitos donos de ar-condicionados.

Cuidados com a ventilação e a qualidade do ar

No caso da infecção que aconteceu na China, o estudo aponta que nem todos no local foram afetados. Desse modo, é possível que os aerossóis do ar-condicionado que estavam mais próximos às mesas de clientes tenham sido os responsáveis pela propagação da infecção. Como parte da conclusão do artigo, foi sugerido que restaurantes aumentem a distância entre as mesas e reforcem o sistema de ventilação desses locais. “As correntes de ar estavam passando pela pessoa infectada e carregaram o vírus para outras pessoas. O mesmo acontece em aviões, por exemplo, onde a corrente de ar é unidirecional, e em outras situações. A questão é a direção da corrente de ar, que pode ser induzida por diferentes fatores, como uma porta aberta”, afirma Lidia Morawska, professora da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália.

No caso do Brasil, a ventilação não era uma prioridade em estabelecimento. Por isso, em muitos casos, é extremamente recomendado que mudanças sejam feitas. “As informações disponíveis indicam que é arriscado usar o ar-condicionado sem esse sistema de ventilação. O risco é que os aerossóis aumentem sua concentração naquele ambiente, e uma pessoa que aspire estas partículas pode ser contaminada. A solução é contraintuitiva, como usar o ar-condicionado com janelas e portas abertas ou, se possível, buscar alternativas para o ar-condicionado por um tempo”, afirma Erick Campos, engenheiro mecânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

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