Ciência e Tecnologia

Ele desenvolveu uma técnica para reprogramar neurônios afetados pelo Alzheimer

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O mexicano Luiz Alberto Carrillo Reid, neurobiólogo da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), desenvolveu um método revolucionário. Através de sua técnica, circuitos ou grupos neuronais afetados por doenças degenerativas do cérebro, como Alzheimer e Parkinson, são reprogramados. Agora, ele tem sido chamado de ‘reprogramador de cérebros’.

Reid trabalha no Departamento de Neurobiologia e Neurofisiologia do Desenvolvimento da UNAM. Lá, de acordo com o portal Science MX, ele desenvolveu o método, que conta com o uso de lasers e proteínas fotossensíveis.

Carrillo explica que seu principal objetivo é alterar os padrões de atividade em grupos neuronais específicos. Para isso, ele utiliza a optogenética e microscopia de dois fótons, controlando neurônios que foram geneticamente ligados à proteínas sensíveis à luz, chamadas opsinas, e que brilham quando a célula está ativa. A optogenética ativa e desativa grupos neuronais, com base na uso da luz. A microscopia de dois fótons permite a visualização e a manipulação dos tecidos vivos com uma precisão de até um milímetro de profundidade.

“Já foi demonstrado anteriormente que em várias doenças, como Parkinson, esquizofrenia ou epilepsia, que a atividade de certos grupos neuronais está alterada, ou seja, eles têm atividade patológica ou padrões de atividade que não deveriam ter”, explicou Reid.

O neurobiólogo também mostrou que, por meio de estímulo direcionado do grupo de neurônios corticais, um tipo de memória artificial é criado. Tal memória seria capaz de neutralizar os efeitos de doenças degenerativas. “Eles são compostos fluorescentes que brilham quando os neurônios estão ativos”, disse Reid.

Sua técnica foi testada por quatro anos, na Universidade de Columbia, em Nova York. Desde 2016, o cientista está implementando a técnica no México, através do Instituto de Neurobiologia da UNAM.

Optogenética

Enquanto esteve na Universidade de Columbia, Reid conseguiu fazer grandes avanços em sua pesquisa. O que lhe permitiu publicar seu estudo na revista científica Science, em agosto de 2016. O artigo recebeu o título Imprinting and recalling cortical ensembles. Naquele mesmo ano então, ele voltou para o México e deu início ao seu trabalho. Para isso, Reid recebeu o apoio de instituições como o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (Conacyt).

Tecnicamente, a nível nacional, a UNAM é quem está na liderança do projeto. Entretanto, há falta de equipamento para o desenvolvimento da pesquisa. Bem como estudantes capacitados para trabalhar em projetos dessa magnitude.

“A fase em que o trabalho está em Columbia já está muito avançada. Na verdade, eu tenho vários artigos lá usando essas técnicas, e agora estou na fase de escrever projetos para a Conacyt para solicitar apoio e começar a estabelecer essa tecnologia na América Latina”, explicou o neurobiólogo.

No México, entre 40 e 50 pessoas a cada cem mil habitantes são diagnosticadas com Parkinson, todos os anos. Além do mais, dois por cento da população, com mais de sessenta anos de idade, tem Alzheimer. Isso coloca essas duas doenças neurodegenerativos, como os mais comuns no país. Mas, agora, através da técnica optogenética, os danos que elas podem causar podem ser revertidos.

É importante ressaltar que a técnica ainda não passou por experimentos em humanos. No entanto, Reid acredita que isso será possível muito em breve.

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