Ciência e Tecnologia

Em dois anos, cientistas eliminam mosquito transmissor da dengue de duas ilhas na China

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Em apenas dois anos, cientistas conseguiram eliminar virtualmente o mosquito responsável pela transmissão da dengue, em duas ilhas da cidade chinesa de Guangzhou. Essa espécie de mosquito é chamada de Mosquito Tigre Asiático (Aedes albopictus). Além da dengue, esse inseto pode transmitir doenças como a Zika e Chikungunya.

Essa doenças afetam milhões de pessoas ao redor do mundo. Entretanto, o controle desses mosquitos é consideravelmente difícil. Nas últimas quatro décadas, o Mosquito Tigre Asiático se espalhou de sua “terra natal”, na Ásia, indo para todos os demais continentes da Terra. Com exceção da Antártida. Apesar de tão pequenos, o impacto da ação desse inseto na saúde pública são alarmantes.

Entretanto, boas notícias em relação ao controle do mosquito pode estar vindo do lado oriental do planeta. Por meio de um teste de campo, combinando dois métodos existentes, cientistas conseguiram reduzir as populações asiáticas de mosquitos tigre em até 94%, em duas ilhas fluviais na China. Em determinados casos, nenhum óvulo viável foi encontrado por até 13 semanas. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nature.

Ao revisar o trabalho realizado, o ecologista Peter Armbruster, da Universidade de Georgetown, nos EUA, disse que os resultados são “notáveis”. Ainda segundo ele, estes resultados demonstram o “potencial de uma nova ferramenta potente na luta contra doenças infecciosas transmitidas por mosquitos”.

As duas etapas da abordagem adotada pelos cientistas consistem em uma dose de radiação, que esteriliza os mosquitos, e a utilização de uma bactéria do gênero Wolbachia, que impede a eclosão dos ovos do mosquito. Quando esse dois métodos são aplicados em conjunto nos mosquitos de laboratório, parecem funcionar melhor do que quando os métodos são usados isoladamente.

Técnicas de radiação atuais consistem na liberação de mosquitos machos estéreis no ambiente, para que eles possam se reproduzir com as fêmeas. As fêmeas apenas se acasalam uma vez. O que faz com que o tamanho geral da população diminua. No entanto, a técnica de radiação tende a tornar os machos menos competitivos sexualmente e também mais propensos a morrer.

Métodos que utilizam bactérias para reduzir a população de mosquitos só funcionam se o macho adulto estiver infectado e não a fêmea selvagem. Caso ambos estejam infectados com a bateria, eles não encontrarão problema em produzir uma prole saudável. O novo método, portanto, consegue produzir mosquito machos infectados com Wolbachia em laboratório. Níveis baixos de radiação são utilizados para matar as fêmeas, que podem ter se misturado a eles. Mesmo com a radiação, os machos ainda conseguem se reproduzir.

A eficácia

Aparentemente, a técnica é eficaz para além da teoria. Os cientistas então liberaram uma grande quantidade desses mosquitos cultivados em laboratório. Aproximadamente 200 milhões deles, em uma cidade com a maior taxa de transmissão de dengue na China. Em dois anos, os pesquisadores constataram um declínio de quase 97% das picadas desse mosquito nos moradores das ilhas.

Além do mais, a cada ano, o número médio de fêmeas adultas selvagens, capturadas em armadilhas, caiu de 83% a 94%. Com um período sem nenhuma detecção de até seis semanas. De acordo com os autores do estudo, os poucos mosquitos, que sobraram na ilha, muito provavelmente, migraram para alguma área fora do estudo. Mas eles não garantem que a região ficará livre dos mosquitos por muito tempo.

Caso a técnica seja implementada em escala ainda maior, isso poderia criar uma região livre dos mosquitos tigres asiáticos. E, obviamente, das doenças mortais que eles espalham. “Nosso estudo prevê que os custos futuros globais de uma intervenção totalmente operacional usando essa abordagem ecologicamente correta serão de cerca de US$ 108 por hectare por ano”, disse Zhiyong Xi, microbiologista e professor de genética molecular da Michigan State University. “O que parece ser custo-efetivo em comparação com outras estratégias de controle de mosquitos”.

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