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Entenda como buracos negros adquirem ”cabelos” e depois ficam ”carecas”

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Sim, por incrível que pareça, buracos negros também têm cabelos, mesmo que por pouco tempo. E mesmo que cientistas na década de 1960 tenham declarado que buracos negros “não têm cabelo”. Pelo visto, eles estavam errados. Mas com essa afirmação, eles queriam dizer que os buracos negros tinham poucas características distintivas, para se diferenciarem um do outro. Porém, agora, novos estudos e cálculos sugerem que sim, alguns buracos negros podem produzir pelos, embora não possam mantê-los por muito tempo.

Segundo o novo estudo, os buracos negros, que giram na rotação máxima possível, revelaram algumas propriedades únicas. No entanto, essas propriedades não duraram muito tempo, antes do buraco negro ficar “careca” de novo. Assim, ele se torna novamente indistinguível dos demais buracos do seu tipo. “Esta é uma descoberta interessante, porque é um comportamento transitório”, afirmou o autor do estudo, Lior Burko, que é um físico da Theiss Research. Entenda melhor esse comportamento transitório dos buracos negros.

Buracos negros

A metáfora de cabelos em buracos negros surgiu entre o final da década de 1960 e começo da década de 1970, iniciada pelos físicos, Jacob Bekenstein e John Wheeler. A dupla pegou carona na teoria da relatividade de Einstein, onde os buracos negros podem ser descritos apenas por três parâmetros observáveis. Sendo eles: a massa, momento angular e carga elétrica. Todo o resto, fica retido à força gravitacional do buraco negro, ou seja, algo impossível de se observar. Nesse caso, dois buracos negros com os três valores iguais, seriam impossíveis de se distinguir.

A partir disso, os cientistas procuram uma forma de distinguir os buracos negros uns dos outros. E se eles conseguissem isso, tal achado poderia ser a chave para muitas revelações, sobre as origens dos buracos negros.

Em 2018, uma equipe de pesquisadores liderada pelo físico Dejan Gajic, da Universidade de Cambridge, descobriu que buracos negros extremos têm propriedades únicas ,capazes de diferenciá-los dos demais. Para descobrir exatamente que propriedades únicas eram essas, eles analisaram dois tipos de buracos negros.

O primeiro é um buraco negro Reissner-Nordstrom quase extremo. O segundo era um buraco negro Kerr, também quase extremo, porém, sem carga elétrica. Em ambos os buracos quase extremos, a equipe de cientistas encontrou evidências de “cabelos”, por um breve período de tempo.

Cabelos

Essas propriedades únicas dos buracos negros quase extremos, só são mensuráveis quando um buraco negro simulado se forma pela primeira vez. No entanto, declinam com o passar do tempo, em uma função quadrática do tempo. Ou seja, seus valores diminuem rapidamente no início, e depois, diminuem mais devagar, com o passar do tempo.

“Por um curto período de tempo, um buraco negro quase extremo se comporta como se tivesse cabelos como um buraco negro girando no máximo”, explica Burko. “Mas depois de algum tempo, ele começa a perder esse cabelo, para que eventualmente fique careca novamente”.

Então, mesmo que esses cálculos sejam até então teóricos, há esperança de observação no mundo real. Para comprovarem ou contradizerem essas descobertas. O experimento, realizado pelo Observatório de Ondas Gravitacionais com o Interferômetro a Laser (LIGO), mede ativamente as ondas gravitacionais que formam as ondulações no espaço-tempo. A LIGO utiliza dois observatórios terrestres, para medir essas ondas. E são essas ondas que podem fornecer uma visão mais próxima dos buracos  peludos.

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