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Entenda como os romanos conseguiram construir Vezena sobre lama e água, 15 séculos atrás

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Veneza é formada por mais de 100 pequenas ilhas, em uma lagoa no Mar Adriático. Dessa forma, a cidade construída sobre lama e água, 15 séculos atrás, não possui estradas, apenas canais. Além disso, a origem de sua construção remonta ao período das invasões bárbaras.

Nessa época, a Europa passava por um período que, posteriormente, ficaria conhecido com o momento das “invasões bárbaras”. E o super Estado, que existia 500 anos antes no continente, desaparecia. Com isso, os habitantes da região norte já buscavam um lugar seguro, para se proteger das investidas de povos, como os visigodos, e de conquistadores temidos da Átila,o  rei dos hunos. E foi nesse contexto, que a cidade começou a ser construída.

Uma forma de se proteger das invasões bárbaras

Há 15 séculos atrás, uma das cidades mais bonitas do mundo era erguida, em um dos cenários mais improváveis. Veneza está localizada em uma laguna, termo da geografia que descreve uma depressão, localizada na costa e preenchida por água salobra ou salgada. Ela tem 550 quilômetros quadrados de extensão e 118 ilhas, que estão a poucos centímetros acima do nível do mar.

De todo modo, a construção da cidade seria uma tarefa “impossível”, mas que sabemos que foi concluída. Primeiro, os venezianos enterraram um bosque inteiro embaixo d’água para dar sustentação às edificações que se tornariam um legado turístico da cidade.

Para a área, que hoje compreende Eslovênia, Montenegro e Croácia, foram levados grandes troncos de árvores, que mediam entre 2 e 8 metros de comprimento. Com um dos extremos afiados, a lama era perfurada e o barro tomava conta da cidade. Depois disso, passou-se a usar, além de madeira, pedras, para dar sustentação à fundação. Foram construídas passarelas suspensas, ao lado das fachadas. Além disso, 40 canais também deixaram de existir, conforme os moradores foram construindo às suas casas.

Uma cidade construída em pedra sobre pedra

Hoje, podemos ver os belos palácios venezianos e imaginar que eles são sustentados por milhares de palafitas “invisíveis”, encravadas na lama. No entanto, apesar de estar debaixo d’água, a madeira em todo esse tempo nunca apodreceu. Isso porque os pilares foram completamente submersos. Dessa forma, sem acesso ao ar, e, por consequência, com o oxigênio, a madeira não teve contato com bactérias, fungos e outros organismos responsáveis por sua putrefação.

Além das características anaeróbicas do lodo, que recobriu e protegeu as estacas, as águas também contribuíram. Desse modo, a água possuía grande concentração de minerais, que foram sendo absorvidos pela madeira, até que ela se petrificasse. Essa astuta obra de engenharia foi o que sustentou o conjunto de ilhas que, no século 8, se uniram para formar a Sereníssima República de Veneza. Com isso, o Estado dominou a região e controlou o comércio entre a Europa e o chamado Crescente Fértil, que hoje é formado por Palestina, Israel, Kuwait, Líbano e outros países do Oriente Médio.

Esse mesmo bosque sepultado segue sustentado sobre água, apesar das ameaças. Assim, essa “Veneza com seus templos e palácios”, que parecem “pedaços de encantamento empilhados”, segue de pé, como descreveu o poeta inglês Percy Bysshe Shelley. No século XVI, Veneza já deixava de ser uma grande potência comercial. Ao invés disso, ela se tornou uma das maiores atrações turísticas do planeta.

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