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Entenda o que é o arenavírus, causador da Febre Hemorrágica

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Fazia muito tempo, que não se ouvia falar sobre casos de febre hemorrágica no Brasil. Basicamente, havia pelo menos 20 anos, desde o último caso que se tem registro. Mas isso mudou, recentemente, com a morte de um homem, de 53 anos, pela doença no começo desse mês. Com isso, voltou-se a se falar sobre a doença e o seu causador, o Arenavírus.

Embora seja considerada uma doença letal, a febre hemorrágica também muito rara. De acordo com especialistas, não há motivo para pânico. Mas em um momento em que o coronavírus tem feito várias vítimas no mundo inteiro, é bom estar alerta e entender o que é o que causa essa doença.

“Não é uma doença comum. Os últimos casos aconteceram na década de 1990 e só agora tivemos notícia de um novo paciente infectado, em um caso isolado”, afirma João Renato Rebello Pinho. Ele que é patologista e coordenador do Laboratório de Técnicas Especiais do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

O último caso de febre hemorrágica

O casos, citados pelo médico, ocorreram quando três pessoas foram infectadas pelo vírus, em um ambiente silvestre, no interior do estado de São Paulo. Teve ainda um caso de pessoa infectada em ambiente laboratorial, no Pará, há mais de duas décadas atrás. Desde então, não houve mais casos de febre hemorrágica no país.

Mas agora, no começo de janeiro, um paciente veio a óbito, também em São Paulo, depois de contrair a doença. Até agora, não ficou claro a origem da contaminação, de acordo com comunicado oficial do Ministério da Saúde. O homem, natural de Sorocaba passou por vários hospitais até ser identificado o vírus. Ele foi diagnosticado com febre hemorrágica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, na capital paulista.

A principal forma de transmissão do arenavírus é por meio da inalação de partículas, formadas por urina, fezes ou salivas de ratos infectados. Entre os humanos, a transmissão não é comum. Porém, pode acontecer pela falta de uso de equipamentos de proteção em hospitais ou pelo contato próximo ou prologando, com secreções e excreções de um paciente infectado pelo vírus.

“O risco de transmissão é baixo, mas a equipe médica que atendeu a vítima, principalmente, nas unidades de terapia intensiva, já está sendo monitorada”, afirma Rebello. “Não há evidências de que houve transmissão entre eles”.

Sintomas e tratamento da doença

No último caso específico de febre hemorrágica, o paciente apresentou febre, hemorragia, confusão mental e inflamação do fígado. Mas além desses sintomas, uma pessoa infectada pelo arenavírus também pode apresentar mal-estar, manchas vermelhas no corpo e dor de cabeça, garganta, estômago, muscular e atrás dos olhos. Pode ocorrer ainda tonturas, sensibilidade à luz, constipação e sangramento pela boca e nariz.

No entanto, com o desenvolver da doença, é possível que haja também algum tipo de comprometimento neurológico. Basicamente, é manifestado pela sonolência, confusão mental, alteração de comportamento e até convulsões.

O tratamento, porém, é sintomático. Isso significa que os médicos podem atenuar os sintomas, apresentados pelo paciente, mas, até hoje, não há nenhum tratamento específico, para eliminar o vírus do organismo.

A prevenção da doença é feita, evitando contato com roedores silvestres, e também utilizando equipamentos de proteção ao enfrentar exposição de risco. Fora isso não há muito o que fazer.

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