Ciência e Tecnologia

Entenda o que é “taxa R” e o que isso tem haver com o fim da quarentena

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Atualmente, termos médicos e epidemiológicos se tornaram parte do nosso cotidiano. Além disso, em meio à pandemia, isso foi ainda mais reforçado com a internet e a velocidade com que as informações são propagadas. No entanto, mesmo com um acesso facilitado a informações, alguns termos ainda não são tão claros para alguns pessoas. Dessa forma, muito se fala sobre a “taxa R” e como ela poderia indicar o fim da quarentena. Mas, afinal, o que significa a “taxa R”?

Em muitos lugares, temos visto notícias afirmando que a taxa de transmissão de uma cidade ou região está perto de 0 ou de 1. Com isso, acabamos encontrando essa taxa representada como “R0”. De fato, esse é um termo um tanto quanto complexo, mas não se preocupe, pois chegou a hora de tirar suas dúvidas sobre o assunto!

Como avaliar a propagação do vírus?

Primeiro, definimos o coeficiente chamado “R” como uma espécie de parâmetro que avalia a possibilidade de propagação do vírus. Isso em uma situação de epidemia, seja em uma cidade ou estado. Em suma, esse coeficiente consegue medir, por exemplo, se o isolamento social está surtindo efeito, mas também, consegue gerar outros dados.

Em “taxa R”, o “R” significa o “número de reprodução basal (ou básico)”. Desse modo, ele serve para determinar o potencial de propagação de um vírus, sob algumas condições específicas. Assim, “R0, ou número básico de reprodução, é o número médio de contágios causados por cada pessoa infectada. Números maiores que 1 indicam uma taxa de transmissão sustentada, ou seja, os casos tendem a aumentar. O contrário ocorre quando esse número é menor que 1”, afirma Artur Brito, infectologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Tendo conhecimento desse número, se torna mais fácil para as autoridades de saúde conseguirem estabelecer medidas para intervir no controle da epidemia. Assim, números mais baixos podem representar um possível relaxamento da quarentena. Atualmente, existem vários modelos de aplicação matemática para se obter o coeficiente R, o que depende das variáveis e da situação epidemiológica que se deseja analisar.

Existe uma conta matemática para entender tudo isso

De acordo com Adam Kuscharski, epidemiologista e matemático na London School of Hygiene & Tropical Medicine, a matemática é fundamental para lidar com doenças virais. Assim, esse recurso vem sendo utilizado em dados de doenças como Ebola, SARS, gripe e Covid-19. Mas, além disso, também é necessário analisar quatro pilares para se chegar a um resultado. São eles: duração da infecciosidade, ou seja, quanto tempo um indivíduo permanece doente; oportunidade, o número de pessoas que são infectadas em um dia; probabilidade de transmissão, as chances do vírus se propagar quando duas pessoas se encontram e, por fim; susceptibilidades, para as chances de que outra pessoa contraia o vírus e, em seguida, adoeça.

Levando em conta tudo isso, temos uma conta matemática. “O quão preocupados deveríamos estar com uma infecção? Se R estiver acima de 1, na média de cada caso, significa que um infectado pode transmitir a doença para, pelo menos, uma pessoa. Assim, veremos um crescimento [na transmissão da doença]. Se estiver abaixo de 1, significa que um grupo de pessoas infectadas está propagando menos o vírus”, explica Kucharski. “Ao multiplicar todos os fatores [Duração, Oportunidade, Probabilidade e Susceptibilidade], teremos o coeficiente de reprodução. Assim, se escalonarmos algum destes fatores para cima ou para baixo, afetaremos diretamente o valor de R”, completa.

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