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Entenda porque a Disney comprar a Fox pode ser ruim para Hollywood

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O assunto que tem dado o que falar no mundo do entretenimento nos últimos dias é a compra dos departamentos de televisão e cinema da Fox pela Disney. Para muitos fãs da Marvel, não poderia haver notícia melhor, afinal, a empresa é dona da Marvel Studios. Sendo assim, com a nova aquisição, o estúdio passaria a ter de volta os direitos do Quarteto Fantástico, Deadpool e dos X-Men e companhia. Contudo, não é só isso. Engana-se quem pensa que a Disney é um lugar apenas para princesas e contos de fada. Atualmente, a companhia é um império das comunicações. Isso porque, desde sua criação, a empresa sempre investiu em acumular poder, dinheiro e influência dentro da indústria. Tanto que teve bastante sucesso em seus objetivos.

Nas últimas três décadas, a empresa cresceu muito e cresceu rápido. Nesses anos ela adquiriu mais da metade das ações da ABC Network, conseguiu colocar as mãos na gigante esportiva ESPN e no The Muppets Studios. Embora ela não seja forte (ainda) no streaming, a empresa também comprou a rede de multi-canal no Youtube Maker Studios. Além, claro, de seus estúdios de animação, entre eles a Pixar. Sem contar que ela possui a Marvel Studios e a Lucasfilm. E isto são apenas algumas de suas propriedades. A companhia tem participações em marcas que se estendem pela televisão, cinema, rádio, música, parques temáticos e inúmeras linhas mundo afora.

Disney com o poder total

A Fox em si também não é uma companhia pequena. A empresa tem suas divisões com foco na 20th Century Fox, FX Network e National Geographic. Ela também possui áreas de noticiários e esportes, porém, elas não estão dentro do interesse da Disney. O que poucas pessoas sabem, no entanto, é que, embora a Lucasfilm pertença a Casa do Mickey, o direito de transmissão de distribuição de Star Wars: Uma Nova Esperança é da Fox. Caso o bilionário acordo realmente se confirme, a Disney não apenas terá o controle total da franquia de Star Wars, como também terá garantido o direito de quase todos os personagens da Marvel. Algo que para muitos fãs é um sonho se realizando. Porém, apesar da satisfação de boa parte do público, isso não significa que a negociação seja o paraíso.

Se tudo isso acontecer, a Disney teria força suficiente para remodelar o cenário de distribuição cinematográfica. Tendo todo esse poder em mãos, ela poderia, por exemplo, aumentar o preço dos ingressos, dificultar os acordos entre os donos dos cinemas, com os maiores lucros indo direto para os executivos. Atualmente, a Disney fica com 95% do lucro líquido nas duas primeiras semanas de exibição. Caindo para 90% na terceira e 85% na última. Não podemos esquecer que isso é algo que também é repassado aqui no Brasil. Isso sem contar o que poderia mudar internamente. A empresa já foi parte de um escândalo que envolvia pagar salários baixos para seus animadores. Ao eliminar as concorrências, esse assunto também se resolve. Afinal, para onde eles irão correr?

Controle de mídia, monopólio e ditadura

Monopólio não é coisa boa em nenhuma área. O entretenimento é uma indústria lucrativa e mesmo ela precisa ter competições. Este ano, a Disney proibiu repórteres do Los Angeles Times de assistir a conferência de imprensa de Thor: Ragnarok. Isso porque o veículo de comunicação fez uma matéria na qual denunciava a Disney por não pagar impostos para a cidade de Anaheim, onde ela tem a Disney Parks & Resorts. A retaliação foi recebida com diversas críticas negativas e a empresa até entrou na lista negra do Los Angeles Times. Apesar de voltar atrás, não há garantias de que a companhia não fará algo semelhante no futuro.

A questão é que sim, para os fãs da Marvel e da cultura pop em geral, seria interessante ver os personagens reunidos sob o mesmo teto. O problema levantado é se o sonho vale o custo. Com a compra das divisões de televisão e cinema da Fox, a Disney ficaria com poder suficiente para reconfigurar o meio como as atividades funcionam dentro da indústria. E claro, seria de uma forma onde apenas ela seria a beneficiada. O deleite dos fãs pode acabar quando começar a doer no bolso ou mesmo na liberdade de expressão. Até porque, se ela já baniu repórteres por denunciar suas atividades ilegais, não surpreenderia ela tornar a vida difícil daqueles que falarem mal de suas produções. Uma ditadura na mídia do entretenimento (e além) vale mesmo a pena? Comente sua opinião sobre o caso com a gente.

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