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Entenda porque chamavam Jovita de Joana d’Arc brasileira

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A história da humanidade é ilustrada por uma extensa lista de mulheres guerreiras. Sim, não foram somente homens que tiveram destaque em meio às lutas e batalhas. Jovita Alves Feitosa, a Joana d’Arc brasileira, é a prova disso. Aos 17 anos, Jovita se disfarçou de homem, para lutar como voluntária na Guerra do Paraguai, que ocorreu entre 1864 e 1870.

Para quem não sabe, em 28 de dezembro de 1864, o Paraguai invadiu a província de Mato Grosso, entrando, assim, em guerra com o Brasil. Na época, nosso país não dispunha de forças militares suficientes para enfrentar uma guerra externa. E é exatamente aí, que entra em ação nossa personagem.

Jovita, a ‘Joana d’Arc Brasileira’

Antônia Alves Feitosa nasceu em 8 de março de 1848, em Tauá (CE). Porém, foi no Piauí, que a nossa guerreira conseguiu entrar para a História.

Jovita se mudou para Jaicós, região sul do Piauí, logo depois que sua mãe morreu. A mãe de Jovita foi uma das vítimas da cólera. Sem a figura da mãe, Jovita cortou os cabelos, disfarçou os seios com bandagens, colocou um chapéu de vaqueiro e roupas masculinas. E o que queria com tal transformação? Basicamente, alistar-se no exército como voluntária, para ajudar o Brasil na Guerra do Paraguai.

Assim, vestida como um homem, chegou à Teresina. Ali, foi aceita como primeiro sargento no Corpo dos Voluntários. Na ocasião, juntou-se aos mais de 1.300 piauienses, que foram enviados para lutar na guerra.

Mesmo utilizando uma roupagem masculina, Jovita não conseguiu disfarçar suas feições femininas, por muito tempo. O que, no fim das contas, não foi um problema. De saiote e blusa militar, seguiu viagem. Jovita passou por vários estados,, até desembarcar no Rio de Janeiro, em 9 de setembro de 1865.

Obviamente, Jovita desencadeou uma repercussão nacional. Em suma, foi alvo de manifestações populares. Além disso, por onde passou, foi também ovacionada como heroína. Foi recebida em palácios presidenciais, exaltada nos teatros, presenteada e bombardeada com versos. Sem contar, claro, os aplausos.

Foi exatamente aí, que Jovita passou a ser considerada a Joana d’Arc brasileira. Em contrapartida, mesmo com tamanho sucesso, a Secretaria da Guerra recusou sua incorporação como combatente. Jovita, nesse ínterim, só poderia ser aceita para o serviço de saúde.

Impedida

Mesmo sendo proibida de lutar na Guerra do Paraguai, Jovita decidiu permanecer no Rio de Janeiro. Ali, caiu em profunda depressão. Jovita, então, desapareceu até 10 de outubro de 1867. Tornou a ser notícia, quando seu suicídio estampou as manchetes dos principais meios de comunicação da época.

Jovita tirou a própria vida com uma punhalada no coração, onde residia com seu amante, o engenheiro galês Guilherme Noot. A razão imediata da trágica decisão fora a partida do engenheiro para a Inglaterra.

O preconceito impediu Jovita de realizar sonhos ainda maiores, mas abriu caminhos para os sonhos de muitas outras mulheres. Além disso, sua memória, hoje, é revivida em livros. A par disso, de acordo com o jornal Nexo, sua memória passou a ser recuperada também como heroína de outra guerra, a das mulheres, pela igualdade de direitos.

Talvez tenha sido por conta dessas releituras, que foi apresentado, em 2013, na Câmara dos Deputados, um projeto que pedia sua inscrição no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, localizado em Brasília. Em 2017, o projeto foi transformado em lei e, em cerimônia oficial no dia 12 de dezembro de 2018, Jovita tornou-se heroína da pátria.

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