Ciência e Tecnologia

Entenda porque essa jovem é conhecida como “Robin Hood” da ciência

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De acordo com a lenda, Robin Hood era um herói inglês, que roubava da nobreza para dar aos pobres. Dessa forma, uma jovem vem ganhando fama ao ficar conhecida como “Robin Hood” da ciência, em uma luta contra o império editorial. “É verdade: eu roubo das editoras para dar aos cientistas”, disse Alexandra Elbakyan.

Sendo listada como uma das pessoas mais importantes para a ciência, Alexandra Elbakyan é uma jovem programadora do Cazaquistão. Mas para além disso, ela está por trás do site Sci-Hub, um site pirata de artigos científicos. Dessa forma, por buscar democratizar o conhecimento, ela recebe inúmeros processos de grandes revistas científicas.

Uma forma de democratizar o conhecimento

Vendo como funciona o modelo de publicação acadêmica, a programadora do Cazaquistão, Alexandra Elbakyan fundou o site Sci-Hub. Com apenas 23 anos, Alexandra criou o site que proporcionava, aos usuários, livre acesso a milhões de publicações científicas que, legalmente, deveriam ser pagas. “Quando eu era estudante na universidade do Cazaquistão, não tive acesso a nenhum documento de pesquisa, documentos que precisava para meu projeto. É loucura pagar 32 dólares [por estudo], quando você precisa ler ou navegar por centenas de documentos para fazer uma pesquisa”, disse Alexandra.

Em 2015, Alexandra chegou a ser processada por “Reed-Elsevier”, uma das editoras que gera mais renda, com publicações acadêmicas. De fato, o site estava sendo processado, por conta da violação de direitos autorais. Entretanto, Alexandra alegou que sua página não se assemelha à pirataria de música ou de filmes. Uma vez que os cientistas não cobram direitos autorais, pelas vendas de seus artigos, a sua circulação deveria ter uma regulamentação diferenciada. Contudo, mesmo assim, o domínio do site “sci-hub.org” foi fechado.

Atualmente, ainda é possível acessar o endereço por meio dos outros domínios. Mas claro, ele ainda está constante mudança. Além disso, outros processo ainda cercam o site. Dessa vez, por parte de uma editora menor, a American Chemical Society (ACS). Mas mesmo sendo menor, o processo vem resultando em maiores consequências. Além de uma indenização de 4,8 milhões de dólares (15 milhões de reais), também é requerido a retirada do site de provedores e sites de busca. Contudo, nada foi cumprido e site continua operando, através de um domínio russo.

O que podemos esperar das publicações científicas?

Ao todo, estima-se que há mais de 70 terabytes de documentos nos servidores do Sci-Hub. O site conta com cerca de 80 mil visitantes por dia e é apoiado por algumas universidades que também são contra os altos preços cobrados pelas editoras. E para além disso, será muito difícil impor regras em uma internet descentralizada. De fato, a demanda por um acesso livre ao conhecimento científico não vai acabar. Uma vez que o Sci-Hub seja banido de um servidor, um novo site aparecerá em pouco tempo. “Esta rede é imune a qualquer tipo de censura, salvo a apreensão física dos servidores”, afirma Daniel Himmelstein, cientista de dados da Universidade da Pensilvânia.

Todo entusiasmo, gerado pelo caso do Sci-Hub, mostra a insatisfação profunda com o modelo de atual de publicação científica. Para isso, Himmelstein apoia a ideia de livre acesso como solução para a problemática. “Eu quero que toda a literatura acadêmica financiada com dinheiro público seja de livre acesso e leitura. Não apenas grátis, mas também livre de barreiras de permissão, ou seja, com uma licença pública, que permita a mineração de dados e textos. Muita gente compartilha dessa visão, a do movimento open acess”, disse Daniel Himmelstein.

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