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Entenda porque o planeta é o maior beneficiário da pandemia de coronavírus

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A pandemia de coronavírus tem causado muitos transtornos e caos no mundo inteiro. Na tentativa de conter a doença, os países estão adotando medidas drásticas de isolamento social. E o que, para nós, pode ser um problema, para o planeta é um alívio. Isso mesmo. À medida que fábricas comecem a parar de funcionar, estabelecimentos comerciais fechem as portas, as pessoas fiquem nas suas casas de quarentena, o planeta sai beneficiado dessa pausa temporária. Com isso, haverá uma diminuição drástica das emissões de gases nocivos. Então, é como se o planeta também estivesse passando por uma folga forçada.

“É a primeira vez que vejo uma queda tão dramática, em uma área tão ampla para um evento específico”, disse Fei Liu, pesquisadora de qualidade do ar do Centro de Voo Espacial Goddard, da NASA. “Não estou surpresa porque muitas cidades em todo o país adotaram medidas para minimizar a propagação do vírus”. O problema, no entanto, é o que virá depois que essa pandemia acabar e tudo voltar à rotina normal. Essa “folga” do planeta pode custar caro.

Diminuição da poluição

De acordo com o Ministério de Ecologia e Meio Ambiente da China, o primeiro país a entrar em quarentena, o número de dias com a qualidade de ar considerada “boa” aumentou 21,5%, em fevereiro.

E não para por aí, imagens de satélite da NASA e da ESA (Agência Espacial Europeia) mostraram uma considerável redução nas emissões de dióxido de nitrogênio, nas principais cidades da China, nos últimos dois meses. Esse é um gás emitido por carros, usinas e fábricas industriais.

Isso também foi notado em relação ao dióxido de carbono, liberado a partir da queima de combustíveis fósseis, como o carvão. Segundo dados do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA), entre os dias 3 de fevereiro e 1 de março, as emissões de CO2 diminuíram cerca de 25%. Tudo isso, em decorrência das medidas tomadas para conter o surto de coronavírus.

Ainda segundo a CREA, a diminuição na produção de petróleo e aço, e uma redução de 70% nos voos domésticos contribuíram fortemente para a diminuição das emissões desses gases poluentes.

E não foi só a China quem viu uma queda na poluição, a vizinha Hong Kong também. Foi perceptível a melhora na qualidade do ar, desde que a cidade adotou as medidas de contenção da pandemia.

O que acontece depois

Por enquanto, as medidas de isolamento social tem sido muito eficazes, para conter a pandemia e para a saúde do planeta. No entanto, o que preocupa agora, é o que acontecerá com os níveis de poluição, após o surto passar. Isso porque a China, provavelmente, irá querer aquecer a sua economia novamente, e isso implicará em aumentar a produção, para compensar o tempo perdido.

Especialistas temem que os níveis de produtos químicos tóxicos fiquem ainda mais altos, do que até mesmo antes da epidemia começar. O medo é que o país priorize apenas dar um restart, em sua economia a todo custo. Esse que dependerá principalmente do meio ambiente.

“Pode haver uma série de estímulos econômicos que injetariam créditos baratos para indústrias pesadas, na China. Como resultado, poderemos ver poluentes e emissões de carbono crescentes, no segundo semestre deste ano”, afirmou Li Shuo, consultor de política climática do Greenpeace, na Ásia.

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