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Escritor da DC explica porque precisamos de histórias sombrias

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A DC não tem fama de ser sombria apenas no cinema. Nos quadrinhos, a editora inovou as histórias de super-heróis ao permitir que seus escritores desenvolvessem roteiros mais maduros. Ainda na década de 1980, ela criou a Vertigo, um selo especial para abrigar apenas enredos com temas mais adultos e violência gráfica. Por meio dele, diversas histórias ganharam vida e marcaram a cenário da nona arte. Em paralelo, embora a linha editorial regular fosse bem mais branda, a editora não deixou de colocar traços mais fortes aqui e ali. Portanto, de forma geral, a DC Comics conseguiu equilibrar suas edições.

Em contrapartida, a Marvel, sua maior concorrente comercial, ficou conhecida por ter histórias mais otimistas, simplistas e leves. Tanto que a editora foi permitir histórias para maiores de idade apenas no começo dos anos 2000. Durante uma entrevista na Nova York Comic Con, o roteirista Joshua Williamson comentou sobre a importância de sempre haver histórias mais sombrias. Atualmente, Williamson comanda a série Batman/Superman, onde a dupla precisa lidar com versões deturpadas de seus amigos. De acordo com o artista, a melhor forma de mostrar a luz que existe nos heróis e colocá-los na escuridão.

“Digamos que eu lhe entregue uma lanterna. Se você sair em plena luz do dia e liga-la você saberá que ela está ligada porque você a ligou. Mas não há necessidade. Você não pode ver, certo?! Onde você acenderia a lanterna? Acenderia no escuro. Eu queria mostrar que o melhor jeito de revelar a luz que os heróis possuem – o quanto eles brilham, o quanto são símbolos de bondade e esperança – o único jeito seria coloca-los no escuro. Nós estamos mostrando a escuridão para que você possa ver o brilho neles”, explicou Willimson.

Histórias sombrias no cinema

Interessante notar como a Marvel Studios e a Warner Bros./DC levaram as maiores características de seus respectivos quadrinhos, para o cinema. Enquanto a primeira brilha de longe, a segunda foi amplamente criticada com o lançamento de Batman vs Superman: A Origem da Justiça. Desde então, a Warner se assustou um pouco e tentou seguir o padrão da concorrente. No entanto, sem nenhum planejamento, as coisas desandaram ainda mais. Com tempo, porém, a casa foi arrumada e o trem voltou aos trilhos. A Marvel continua com a mesma estratégia de sempre, afinal, não tem do que reclamar.

A Warner, ao menos por enquanto, mostrou que consegue aprender com os erros. Se voltou mais para os quadrinhos e para o que a Casa das Lendas realmente significa. Mulher Maravilha, Aquaman, Shazam! e Coringa são filmes distintos entre si e a prova de que, assim como nas páginas, também existe espaço para a luz e a escuridão no cinema. O sucesso desenfreado do Palhaço do Crime nas telonas, certamente, abrirá as portas para mais projetos black label, nas telonas. Como Willimason bem aponta, também precisamos de histórias mais sombrias.

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