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Essa é a história de um jogador de futebol que se tornou inimigo do próprio irmão e cometeu suicídio

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Um filme relatando a história dos irmãos John e Justin Fashanu, lançado nesta semana, promete agitar o futebol inglês. O longa narra a história dos jovens com um final trágico. Filhos de pais nigerianos, Justin, o irmão mais velho, e John, foram adotados ainda bebês por uma família inglesa da cidade de Norfolk, onde sofreram com o racismo desde a infância.

Segundo John, o futebol apareceu como uma opção para os irmãos alcançarem o sucesso, já que, na época, encontrar uma pessoa negra exercendo alguma profissão era raro. “Se você visse um cara negro era uma foto do Michael Jackson em algum lugar, ou talvez, só talvez, se tivesse sorte, de Muhammad Ali… Eles foram os únicos negros que vi na vida até eu fazer uns 18, 19 anos. Jogar futebol era a maneira mais fácil da gente ganhar dinheiro, e nós ganhamos bastante”, disse.

Os irmãos chegaram a jogar em times como Norwich, Millwall, Wimbledon e Aston Villa, fizeram duas partidas pela seleção da Inglaterra. John lembra que, na época, ele e Justin eram muito próximos, e lutavam junto contra o preconceito e racismo que enfrentavam diariamente. Os dois chegaram a se matricularem em escolas que ensinavam artes marciais.

Mas tudo mudou quando o irmão mais velho, durante os anos 90, no auge da carreira, assumiu ser homossexual. De acordo com John, na época, Justin quebrou dois tabus: o de se tornar o primeiro atleta abertamente gay no Campeonato Inglês, e ser o primeiro jogador negro a valer 1 milhão de libras.

Nessa época, o homossexualismo era frequentemente ligado à aids, e Justin sofria preconceito, e convivia com insultos homofóbicos de técnicos, piadas cruéis de seus companheiros de time e cânticos de insultos de torcidas. Foi quando John fez uma proposta inusitada ao irmão. “Disse a ele: ‘Te dou 100 mil libras se você ficar calado”, lembra.

Por conta disso os irmãos começaram a se afastar, pois o irmão mais novo sentia vergonha de Justin.

“Eu temia que as pessoas achassem que eu era gay também. John Fashanu, Justin Fashanu, J e J… Eu era um cara durão, jogava em um time de caras durões (o Wimbledon), como Vinnie Jones e Dennis Wise. Éramos um time durão, com aquela imagem de machos fortes, e as pessoas que gostavam do nosso time adoravam isso. De repente, meu irmão faz isso! Naquele tempo, achei absurdo”, comentou.

John conta ainda que ficou revoltado com o fato de Justin ter ficado com suas 100 mil libras, valor que hoje corresponde a pouco mais de R$ 400 mil, mas ter assumido ser gay mesmo assim, em uma bombástica entrevista ao The Sun. Ele fez isso principalmente porque tinha um estilo de vida gastão, e frequentemente ficava endividado.

Mas o atleta nunca conseguiu lidar com a pressão de ter saído do armário e a carreia de Justin começou a desabar. Ele chegou a ser acusado de assédio sexual no estado de Maryland, onde atos homossexuais eram ilegais na época. E em maio de 1998 o atacante foi encontrado morto após ter se enforcado dentro de uma garagem em Londres. Na época ele tinha 37 anos.

“Eu cheguei à conclusão que sou considerado culpado. Não quero causar mais constrangimento para meus amigos e família”, escreveu Justin, em sua carta de despedida.

De acordo com John, a última vez que eles se falaram foi após o irmão descobrir o caso de assédio, e soube que Justin estava morto durante o batizado de seu filho, Amir. Os policiais entraram na igreja e pediram para John reconhecer o corpo.

Atualmente, John conta que tenta não lembrar da morte do irmão, e o pensamento que tinha sobre Justin é diferente de anos atrás.

“Não dá para voltar e dizer: ‘Oh, meu Deus, o que eu poderia ter feito de diferente?’. Porque o mundo era muito diferente naquela época. Não importa se você gostasse dele, se o amasse ou o odiasse. Justin é uma lenda”, afirmou orgulhoso.

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