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Essa é uma tribo que se alimenta da mesma maneira há 40 mil anos, conheça sua história

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Você já ouviu falar dos hadza? Eles são uma das poucas tribos coletoras-caçadoras que ainda residem em nosso mundo. Acredita-se que eles habitam o mesmo lugar, no norte da Tanzânia, há quase 40 mil anos, sobrevivendo de frutas, tubérculos e da carne de alguns animais.

Um repórter da BBC acompanhou o dia a dia da tribo e conta as lições que pode tirar dessa dieta que se resumia em bactérias benéficas e protetoras dos sistema imunológico.

“Deitado de barriga para baixo, coloquei minha cabeça dentro de um túnel escuro e senti o cheiro. Era o cheiro de um animal… Mas não conseguia acreditar que alguém fosse entrar ali e tirar esse animal. Esse alguém era Zigwadzee. E o animal era um porco-espinho. Depois de entregar seu arco e flecha e seu machado a outro caçador hadza, Zigwadzee tirou a roupa, pegou uma vara afiada e desapareceu dentro do túnel.”

“Pensei que talvez ele fosse o mais miúdo do grupo de caçadores e, portanto, a escolha óbvia para a tarefa. Mas, quanto mais eu assistia à cena, mais percebia que na verdade Zigwadzee era quem tinha menos medo de o que pudesse sair do buraco: najas e mambas venenosas, pulgas, carrapatos e o próprio porco-espinho, com seus espinhos cortantes de 35 cm.”

“Até então, minhas refeições com os hadza haviam sido apenas vegetarianas, como costuma ser para esse povo boa parte do tempo: frutinhas colhidas de arbustos das secas savanas com alguns tubérculos crocantes desenterrados e cozidos em fogueiras improvisadas.”

Alguns estudiosos perceberam, que muito tempo atrás, que os hadza sempre estão famintos, mas nunca passam fome. Existe toda uma abundancia de ingredientes ao seus a redores, e suas habilidades se desenvolveram para encontrá-los. “À nossa volta havia coisas comestíveis que eu sequer percebia, mas que as crianças hadza, algumas de quatro anos de idade, já sabiam encontrar.”

“Logo, tudo o que eu conseguia escutar de Zigwadzee era sua voz distante e abafada. Ele estava a 2 m de profundidade, dentro de uma rede de túneis e cavernas atrás do porco-espinho. Enquanto mapeava o paradeiro do animal, gritava instruções para seus colegas caçadores na superfície, encarregados de proteger eventuais rotas de fuga. Depois de 40 minutos, Zigwadzee voltou, coberto de terra e pulgas, pronto para escavar ainda mais fundo, no local exato onde o porco-espinho se escondia.”

Especulasse que a tribo hadza tenha cerca de mil integrantes, mas aproximadamente 200 deles sejam designados para coletores-caçadores, que não praticam a agricultura. Para eles, agricultores são pessoas extremamente curiosa para eles. Um deles perguntou ao repórter: “Por que ficar o dia no campo e esperar semanas ou meses pela comida, sendo que você pode comer frutas do arbusto, coletar todo o mel de que precisa ou alimentar um acampamento inteiro depois de passar apenas uma hora dentro da toca de um porco-espinho?”

Entre os companheiros do repórter estava Tim Spector, professor de epidemiologia genética do Kings’s College London, e tinha como objetivo descobrir se, caso ele se alimentasse como um hadza, conseguiria um microbioma tão saudável quanto o deles. Por esse motivo ele monitorou toda sua alimentação enquanto esteve sob a dieta hadza.

Nas últimas décadas, fazendeiros estão expandindo cada vez mais suas propriedades nos territórios dos hadza. Pastores e seus rebanhos famintos também estão mais numerosos, afugentando as mais de 30 espécies de mamíferos selvagens que servem de alimentos para os hadza há dezenas de milhares de anos.

O repórter da BBC afirma.“Trata-se de uma sociedade igualitária: os caçadores hadza compartilham tudo entre si. Não há líderes ou hierarquias e, sobretudo quando se trata de carne, tudo tem que ser dividido. Vísceras, coração, fígado e pulmões são cozidos e comidos na hora; a carcaça levada de volta à tribo e distribuída entre os demais.”

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