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Essa mulher fingiu ser uma cientista por um motivo comovente

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O que leva uma pessoa a fingir ser o que não é? A pretensão de se encaixar em determinado grupo social? A vontade de alcançar um status que não conseguiria sendo ela mesma? Bem, embora existam muitos motivos superficiais para fazer isso, também existem aqueles que realmente merecem nossa atenção. Uma mulher chamada Pat Furlong é um bom exemplo para ser analisado e compreendido da forma mais bonita possível.

No início dos anos 70, Pat percebeu algo estranho em seu filho Patrick. Ele ainda era muito pequeno, mas se mostrava mais “flexível” do que o normal. Parecia não ter a força necessária para uma criança de sua idade. Foi então que a mulher se atentou para o outro filho, Christopher, dois anos mais velho. Da mesma forma que o irmão, também apresentava alguns sinais de fraqueza muscular fora do normal.

Certa vez, ao tentar subir em uma bicicleta, simplesmente caiu e distendeu o tendão de Aquiles, sem contar que a panturrilha do garoto inflamou e ele reclamava muito de dor. Uma atividade tão simples, mas que ele não conseguiu concluir de forma efetiva… De início, Pat chegou a pensar que era um simples problema infantil e que os músculos dos meninos se desenvolveriam normalmente, visto que nasceram de forma completamente saudável. No entanto, a cada dia que se passava, ela e o marido Tom, acreditavam que algo não estava normal.

Mulher submete os filhos a exames médicos

Os dois já tinham certo conhecimento na área da saúde. Ela era enfermeira e o marido, médico. Decidiram então que a partir dali, o melhor seria encaminhar os filhos à exames com médicos específicos. Depois que os resultados saíram veio o choque: os meninos sofriam de distrofia muscular de Duchenne, uma doença raríssima e muito agressiva, que afeta até 250 mil pessoas no mundo e ainda não possui cura. Trata-se de um distúrbio hereditário que provoca progressiva fraqueza muscular, ocorrendo geralmente em meninos entre 1 e 6 anos de idade.

É provocada por alterações em um gene chamado DMD, que é responsável pela codificação da distrofina, uma proteína fundamental para a formação e proteção de nossa fibra muscular, mantendo o tecido correspondente unido. No caso de pessoas doentes, essa proteína não pode ser produzida e é exatamente o que resulta na fraqueza dos músculos, fazendo com que se degenerem e suas células simplesmente morram. Enquanto ainda são bebês podem parecer normais, mas ao longo do tempo ou mesmo a partir de um olhar mais especializado, é possível perceber que os músculos parecem frouxos.

É comum que os garotos que sofrem com a doença passem a ter comportamento limitado a partir dos 8 anos. Desde então, os músculos começam a se deteriorar. Já não conseguem mais subir escadas, pular, ou fazer as estripulias de uma criança dessa idade. Estima-se que aos 12 anos, já não consigam mais andar… E aos 15, não consigam mais se alimentar de forma independente. Apenas para que você tenha ideia, a expectativa de vida de uma pessoa que sofre com a distrofia é de apenas 29 anos, levando uma vida completamente dependente. Após saber de todas essas informações, Pat ficou completamente desesperada.

As buscas por respostas começam

Embora Tom e Pat trabalhassem na área e tivessem certo conhecimento sobre a medicina, se sentiam impotentes perante os filhos. Os médicos que consultavam sempre diziam que o melhor a fazer era levar os garotos para casa e aproveitar seus últimos momentos juntos. Tudo isso fazia com que a mulher sentisse uma profunda tristeza dentro de si. No entanto, decidiu elaborar um plano para saber mais sobre a doença e colocá-lo em ação.

Pretendia descobrir quais eram os mais avançados estudos sobre Duchenne, onde eles aconteciam, o que apontavam, quem eram os investidores, quanto tudo custaria, enfim… A intenção era desvendar os mistérios da doença. Foi aí que ela criou a “Médica Furlong“, uma estudante de pós-graduação em distrofia muscular de Duchenne.

Dessa forma, conseguiu fazer visitas a laboratórios e consultórios médicos que realizavam estudos sobre a doença. Segundo a mulher: “Não queria que sentissem pena de mim. Queria que me tratassem como uma profissional e, assim, saber o quanto conheciam e quanto dinheiro tinham para a pesquisa“. De forma bastante eficiente, conseguiu esconder sua identidade. Como já era do meio, conhecia o vocabulário utilizado pelos médicos e cientistas, sabendo a forma como deveria se portar.

Ela ainda acrescenta: “Quando alguém lidera uma pesquisa, o que mais quer é falar sobre seus estudos. Se você lhe der atenção e fizer perguntas relevantes, vai obter respostas“. Tudo ia muito bem até que certo dia, um dos pesquisadores desconfiou de Pat: “Me perguntou: você conhece tal e tal pessoa? Eu menti que sim. Então, quis saber onde eu as havia conhecido, e eu inventei algo. Aí, ele me disse: ‘essas pessoas não existem. Me diga quem é você de verdade“.

Ela entrou em desespero e contou a verdade, pedindo ajuda para seus filhos que, naquele momento, já tinham a doença em estágio muito avançado. Infelizmente, recebeu como resposta que os estudos haviam fracassado e os animais que serviam de cobaia haviam morrido.

Tarde demais

A verdade é que a mulher, mesmo sem ter conhecimento científico sobre a doença, foi capaz de esclarecer muitas questões para a medicina. Abriu portas que talvez jamais tivessem sido abertas. No entanto, ela conta que sempre soube que suas descobertas não ajudariam os filhos, mas sim futuras gerações… Embora tivesse aquela velha esperança de mãe.

Infelizmente, Chistopher faleceu por insuficiência cardíaca, aos 17 anos, em 1995. Já Patrick, faleceu aos 15, apenas sete meses após a morte do irmão. Embora tenha terminado de forma triste, a mulher sabe que teve importância fundamental para a evolução das pesquisas. Fez tudo o que podia fazer e mais um pouco, apesar de lamentar a morte dos filhos, agradece por poder ter estado com eles até o fim

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