Ciência e Tecnologia

Essas imagens mostram o efeito do coronavírus no intestino humano

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Recentemente, descobrimos que a  Covid-19 pode causar uma série de problemas intestinais. Essa nova descoberta foi feita por meio de imagens, que mostram o efeito do coronavírus no intestino humano. As imagens foram capturadas por aparelhos de tomografia computadorizada e foram publicadas em um novo artigo na revista Radiology.

Para concluir que havia uma relação direta dos efeitos no intestino e do novo coronavírus, os pesquisadores precisaram analisar 412 pessoas que testaram positivo. De acordo com eles, anormalidades intestinais foram observadas em 3,2% dos pacientes.

Anormalidades encontradas em 3,2% dos pacientes

Entre os problemas observados pelos médicos, podemos citar, o espessamento do órgão e isquemia (redução do fluxo sanguíneo) na região. “Encontramos anormalidades intestinais na imagem de pacientes com Covid-19, principalmente em pacientes mais doentes que estavam na UTI“, disse Rajesh Bhayana, pesquisador no Departamento de Radiologia do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, em comunicado.

Para se ter uma ideia de como o novo coronavírus afetou os pacientes, em dois deles, parte do intestino precisou ser removida. Isso porque, eles apresentavam isquemia com necrose irregular, uma lesão devido à redução do fluxo sanguíneo. Portanto, agora, os pesquisadores passaram a buscar formas de examinar as diferenças entre infecções no intestino e nos pulmões.

Segundo os especialistas, ambos os pacientes apresentavam coágulos nas pequenas artérias da parede intestinal. Isso sugeria que a isquemia pode ser sido resultante desses coágulos. “Algumas descobertas foram típicas da isquemia intestinal e, naqueles que foram submetidos à cirurgia, vimos coágulos de pequenos vasos ao lado de áreas de intestino morto”, afirmou Bhayana. “Os pacientes na UTI podem ter isquemia intestinal por outros motivos. Mas sabemos que a Covid-19 pode levar a coagulação e lesão de pequenos vasos. Portanto, o intestino também pode ser afetado pela infecção”, completou.

Além disso, um outro estudo publicado no início de maio na revista Science descobriu como o novo coronavírus atinge o órgão. Dessa forma, ele consegue infectar nossas células por meio da ACE2. Essa é uma enzima que é produzida em maior quantidade quando há alguma ameaça ao organismo. Assim, podemos encontrar a ACE2 no intestino, mas também no nariz e no pulmão.

Isso justifica porque um terço dos pacientes apresenta sintomas como náusea e diarreia

Além de esclarecer os sintomas gastrointestinais percebidos em alguns pacientes, esses achados também explicam porque o vírus pode ser detectado em fezes humanas, mesmo após os sintomas respiratórios desaparecerem. Contudo, segundo Bart Haagmans, um dos principais autores do estudo, ainda não é possível afirmar se a presença do vírus no intestino é, de fato, infecciosa. “Nossos achados indicam que devemos olhar para isso mais de perto”, afirmou o virologias.

Em outros dois estudos internacionais, um realizado na China e outro em Cingapura, foi mostrado que pacientes da doença possuíam material genético do vírus em suas fezes. Isso aconteceu mesmo depois dos indivíduos não o apresentarem mais no pulmão ou em suas vias respiratórias. Há ainda uma terceira pesquisa, realizada na Holanda, que detectou o novo coronavírus no esgoto. “Para ter certeza disso, mais estudos são necessários, que até o momento ainda não foram realizados. Além disso, a forma de transmissão do coronavírus é pelas vias aéreas superiores. Ou seja, se a pessoa contaminada espirrar ou tossir perto de outra e esta tocar superfícies que contenham gotículas com ele”, afirmou Juliana Calabria de Araújo, bióloga da UFMT.

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