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Esse é o motivo pelo qual não existem cobras na Irlanda

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Reza uma lenda que na Irlanda, no século V, São Patrício teria exterminado todas as cobras do país as levando para o mar. O santo padroeiro do país perseguiu as cobras depois que elas o atacaram durante um jejum de 40 dias que ele estava realizando no alto de uma colina.

E, aparentemente, esse trabalho foi muito bem executado, uma vez que não existem cobrar nativas na Irlanda até os dias atuais. Isso tudo poderia até ser verdade senão fosse pelo simples fato de que, na verdade, na Irlanda nunca houve cobras. Assim, toda essa história sobre o que teria feito São Patrício com as cobras não passa de uma grande lenda.

Para onde foram as cobras?

Saber disso nos levanta uma grande dúvida. Se as cobras podem ser encontradas em quase que no mundo todo, do Círculo Polar Ártico à Austrália, o que faria a Irlanda ser tão especial, ou não tão especial assim,  para que as cobras não deem todo o ar de sua graça no país?

Bom, a Irlanda está situada em uma ilha. O Mar da Irlanda tem mais de 50 quilômetros de largura, o que custaria muito esforço para um animal terrestre. Uma cobra do mar até conseguiria fazer esse percurso. No entanto, as cobras do mar costumam viver em águas tropicais que são mais quentes do que as do gélido atlântico.

O que muitos podem estar pensando neste momento é que o Reino Unido também é uma ilha e possui cobras. Porém, o que muitos não sabem é que nem a Grã-Bretanha e nem a Irlanda possuíam cobras por um longo tempo. A era do gelo tornou as ilhas inóspitas para os répteis, cujos corpos de sangue frio precisam do calor do ambiente para viverem.

Com o recuo de algumas geleiras há 10 mil anos, uma ponte de terra entre a Europa e a Grã Bretanha e outra entre a Grã-Bretanha e a Irlanda ficaram expostas. O que permitiu a fácil passagem para as ilhas. Há 8.500 anos, o derretimento das geleiras acabou cobrindo a ponte de terra da Irlanda, enquanto a da Grã-Bretanha permaneceu intacta por mais 2 mil anos.

Dessa forma, os animais da Europa tiveram muito mais tempo para poder se espalhar pelo Reino Unido. Mesmo assim, apenas três espécies de cobra conseguiram sobreviver na Ilha do Reino Unido. Aparentemente, nenhuma das espécies de cobras se sentiu impelida a buscar uma vida na direção oeste, ruma à Irlanda. Ao menos, não existem evidências de répteis rastejantes em registros de fósseis irlandeses.

O alívio

Existem algumas outras ilhas onde aquelas pessoas que sentem pavor de cobras podem visitar sem medo. São elas: a Nova Zelândia, o Havaí, a Groenlândia, a Islândia e a Antártida. De qualquer forma, a ausência de cobras parece ser algo mágico, uma vez que existe o comércio global, legal ou ilegal, de animais, onde é possível que serpentes tenham um alto potencial de se tornarem invasoras.

Em Guam, na Micronésia, no oeste do Oceano Pacífico, a cobra-arbórea-marrom basicamente dizimou as populações de aves nativas da ilha. Como uma tentativa de evitar que isso se tornasse ainda pior, em 2013, autoridades locais soltaram camundongos mortos de helicópteros em Guam.

Os camundongos estavam “envenenados” com paracetamol, para que assim eles pudessem matar as cobras que os comessem. O plano foi bem sucedido e a população de cobras foi reduzida, porém, a medida funcionou apenas temporariamente. A infestação da cobra-arbórea-marrom em Guam ocorreu depois que a espécie foi levada acidentalmente para ilha.

Mas a Irlanda não está isenta de experienciar o que ocorreu em Guam, uma vez que cobras domésticas não são proibidas no país. Essas cobras se tornaram símbolo da explosão econômica irlandesa, no final da década de 1990. Porém, durante e após a recessão de 2008, muitas pessoas acabaram soltando essas cobras na natureza.

A boa notícia, ao menos por enquanto, é que não há relatos ou evidência de que esses animais estejam se reproduzindo ou se espalhando pelo país.

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