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Esse meteorito mais valioso que ouro pode explicar o mistério da vida na Terra

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No final de abril do ano passado, tivemos um dos momentos mais intensos da Líridas, a chuva de meteoritos que ocorre todos os anos no mesmo mês. Dessa forma, em 2019, o fenômeno se iniciou no dia 14 e se estendeu até o dia 30. Contudo, um meteorito que atingiu o solo no dia 23 de abril chamou a atenção dos pesquisadores. Isso porque, esse meteorito, que é mais valioso que ouro, pode explicar o mistério da vida na Terra.

Sendo encontrado em um pequeno vilarejo de Aguas Zarcas, na floresta tropical da Costa Rica, o meteorito chegou no pico da chuva de meteoros. Esse ápice aconteceu na madrugada do dia 22, quando se estimava 18 meteoritos por hora. Dito isso, esse meteorito em especial chamou mais a atenção do que outros. Aproximadamente do tamanho de uma máquina de lavar, seus fragmentos deram origem a uma série de descobertas e pesquisas.

Meteoritos semelhantes colidiram com à Terra há 4,5 bilhões de anos

Por conta da região onde colidiram, o meteorito recebeu o nome de Aguas Zarcas. Dessa forma, ainda que o fenômeno seja, de fato comum, os Aguas Zarcas não tão simples assim. Para se ter uma ideia, mais de 60 mil fragmentos de meteoros já foram documentados por pesquisadores ao longo da história. Contudo, aqui, os Aguas Zarcas não são apenas pedaços de metais ou rochas. Mas, ao invés disso, são condritos carbonáceos. Isso significa que, eles são uma classe de meteoritos remanescentes do início do Sistema Solar.

De forma resumi, os condritos carbonáceos podem ser definidos como meteoritos ricos em carbono, tanto complexos quanto inorgânicos. Ou seja, como aminoácidos. Desse modo, eles estão praticamente vivos e suas reações químicas remontam a origem dos complexos precursores da vida. Tudo isso, datada de muito tempo atrás, há 4,5 bilhões de anos.

Apenas observando o meteorito através de imagens, os cientistas logo encontraram uma semelhança com outra chuva de meteoritos, que acontece em 1969. Nessa chuva em questão, os meteoritos chegaram a até a cidade de Murchison, na Austrália, e assim, foram batizados com o mesmo nome do local da queda.

Estamos perdendo informações a cada minuto que passa

Até o momento, 100 diferentes categorias de aminoácidos já foram encontrados nos fragmentos de Murchison. Contudo, ainda existem centenas que foram descobertos e ainda não estão identificados. Esses são organismos muito raros ou inexistentes na Terra. Portanto, muitas questões devem ser respondidas em Aguas Zarcas. “Se eu tivesse que começar uma nova coleção de meteoritos em um museu e pudesse selecionar apenas dois, escolheria Murchison e Aguas Zarcas”, afirma Philipp Heck, curador da coleção de meteoritos no Museu de História Natural de Chicago, Estados Unidos. “Se eu pudesse escolher apenas um, escolheria Aguas Zarcas”, completa.

Também vale lembrar que, os condritos carbonáceos possuem uma “data de validade”. Portanto, é necessário que, eles estejam “frescos” para serem estudados com precisão. Outro empecilho para o estudo dos meteoritos é fato de que, eles se tornaram extremamente valiosos e estão sendo traficados em um mercado paralelo. Em pouco tempo, cada grama do material passou a custar US$ 50 e US$ 100, o que é mais alto que o preço do ouro. Infelizmente, muito do material já foi vendido ou não pôde ser encontrado, mas, esperamos uma quantia suficiente para novas pesquisas seja recuperada.

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