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Esse neurocirurgião italiano afirma ter feito o primeiro transplante de cabeça

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O cirurgião italiano Sergio Canavero afirmou ter completado o primeiro transplante de cabeça humana do mundo. De acordo com ele o transplante foi feito na sexta-feira passada, 17 de outubro de 2017, entre dois cadáveres. Apesar da afirmação feita pelo cirurgião ele não forneceu nenhuma evidência para se sustentar. Durante uma conferência de imprensa em Viena, na Áustria, Canavero divulgou seu feito.

Em seu discurso Canavero disse alguns detalhes sobre o procedimento. Ele teria retirado a cabeça de um dos cadáveres para então colocá-la no corpo do outro. Para que isso acontecesse a cabeça teria sido fundida a coluna vertebral, aos nervos e vasos sanguíneos. Para ter certeza de que o procedimento havia dado certo o cirurgião diz ter estimulado os nervos do cadáver transplantado para ver a sua reação.

Divulgação e intenções futuras

Durante a conferência, Canavero disse que “o primeiro transplante humano em cadáveres humanos foi feito” e que o próximo passo era transplantar um humano vivo. Um vídeo com seu depoimento foi feito durante a conferência e postado por ele no Facebook. De acordo com ele o procedimento durou 18 horas e suas intenções futuras visavam realizar o procedimento com pessoas que tivessem o corpo paralisado do pescoço para baixo.

No passado, Canavero já havia discutido sobre o assunto e sua possibilidade. Em suas afirmações anteriores ele teria se referido ao processo como um transplante de cabeça ou um “transplante de corpo inteiro”. Mas, depois de ter afirmado sua conquista perante a mídia ele diz que seu principal objetivo se trata de um transplante de cérebro.

Os detalhes sobre o procedimento e as suas evidências ainda não foram divulgadas. Tentando sanar as dúvidas colocadas sobre ele e seu trabalho Canavero disse para os jornalistas que um artigo científico seria divulgado nos próximos dias com os detalhes da operação.

Além dos cadáveres

Em uma entrevista com o Business Insider, em julho, Canavero disse que o procedimento que ele pretendia realizar consistia em cortar os segmentos feridos de uma coluna lesionada. O doador de “corpo” seria uma pessoa com morte cerebral e o cabo da sua coluna seria cortada de forma que se encaixasse perfeitamente no parte superior do transplantado. Para anexar as duas partes ele usaria Polietilenoglicol (PEG), frequentemente usado em laboratórios para “encorajar” as células a se fundirem.

Durante a entrevista ele disse que logo completaria o procedimento com dois humanos. Os primeiros transplantados seriam um cidadão chinês, anônimo, e um doador com morte cerebral. No final, a Cabeça do chinês seria colocada sobre o corpo ainda ativo do doador.

Apesar de ter afirmado que tinham encontrado a cura para a lesão na medula espinhal ele disse que seu objetivo não era esse e sim “enganar a morte” e prolongar a vida. De acordo com ele sua pesquisa estava na extensão da vida e no rompimento da parede entre a vida e a morte.

Andamento

Depois de concluir o procedimento com os cadáveres Canavero e sua equipe pretendem realizar o processo com dois doadores com morte cerebral. Se tudo ocorrer bem com os doadores e o procedimento for um sucesso o próximo passo é a realização do transplante com uma pessoa paralisada do pescoço para baixo. No futuro utópico do cirurgião as pessoas saudáveis poderiam optar pelo transplante de corpo inteiro para prolongar sua vida. A proposta é de que, quando esse tempo chegar, os transplantes sejam feitos utilizando corpos de clones.

Para que a coluna seja recolocada em outro corpo ele pretende usar a eletricidade, ideia que ele teria tirado da ficção de Frankenstein. Porém o uso dela seria para acelerar o processo da Polietilenoglicol na fusão da medula espinhal. Pequenos impulsos elétricos já são usados em laboratórios para ajudar na fusão de fibras coaxiais mas, de acordo com James FitzGerald, um consultor da Universidade de Oxford, a ideia de usar o mesmo processo para o transplante de cabeça seria jogar muito alto. FitzGerald também afirmou não achar que os relatórios de Canavero sobre a junção das cordas espinhais sejam credíveis.

Muitos especialistas expuseram suas restriçãos quanto as afirmações de Canavero. O professor de neurocirurgia da Universidade de Cambridge, John Pickard, disse para Business Insider que não acredita que Canavero tenha feito “ciência” e que seus resultados são duvidosos desde seus testes com roedores e animais.

Teste com animais

Canavero afirma ter uma experiência além do seu teste com cadáveres e sua pretensões futuras. Uma das evidências que comprovariam a possibilidade de fazer o procedimento em humanos vivos seriam os seus testes anteriores em animais. Em uma primeira experiência Canavero teria cortado e reconectado a medula espinhal de um cachorro. Um artigo foi publicado por ele anos depois detalhando um procedimentos que teria deixado uma série de roedores com duas cabeças.

Mais recentemente, em julho de 2017, o cirurgião teria cortado e separado as cordas espinhais de um grupo de camundongos. Em seguida elas teriam sido recolocadas utilizando o Polietilenoglicol.

O que vocês acham sobre o procedimento que Canavero afirma ter realizado? Acredita que a realidade utópica do cirurgião pode ser alcançada ou compartilha dos receios dos outros especialistas? Comenta aí a sua opinião!

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