Estados Unidos testam míssil intercontinental

Militares dos Estados Unidos anunciaram na última terça-feira (16) que realizaram um teste de um míssil balístico intercontinental, batizado de Minuteman III. O teste foi adiado para evitar tensões crescentes com Pequim, com a demonstração de força da China perto de Taiwan, no início do mês.

Na ocasião, a China usou dezenas de aviões e disparou mísseis reais no Estreito de Taiwan. Isso depois que a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, realizou uma viagem para Taiwan. Vale destacar que China considera a ilha parte de seu território e nunca renunciou o uso da força para controlá-la.

Desse modo, o teste demonstrou “a prontidão das forças nucleares dos EUA e fornece confiança na letalidade e eficácia do poderio nuclear do país”, disse um comunicado militar dos EUA. Além disso, os militares disseram que cerca de 300 testes do tipo ocorreram antes, sem ter qualquer ligação com um evento global específico.

O míssil Minuteman III, com capacidade nuclear, de fabricação da Boeing Co., é uma peça importante para o arsenal estratégico do exército dos Estados Unidos. Isso porque ele tem um alcance de mais de 9.660 quilômetros e pode viajar numa velocidade de cerca de 24.000 km/h.

Vale destacar que os dois países com os maiores arsenais, disparado, são os Estados Unidos e a Rússia.

Tensões com a China

Sky News

Os Estados Unidos passam por tensões com a China por conta de uma visita de uma figura política importante a Taiwan. Isso porque a segunda figura do Estado, Nancy Pelosi, foi a política de mais alto nível a visitar Taiwan desde 1997. No entanto, a China já alertou que aplicaria “medidas resolutas e fortes”, sem dar detalhes, se a visita se concretizasse.

No dia 8 de agosto, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se pronunciou sobre o caso após a visita. “Estou preocupado como o fato de que eles (China) estão se movendo tanto”, afirmou o líder norte-americano durante uma viagem ao estado de Delaware. “Mas não acho que eles farão nada mais do que já estão fazendo”.

Isso porque, durante os exercícios militares, os maiores que a China já realizou por volta de Taiwan, Pequim usou munição real, o que não é comum. Assim, disparou-se 11 mísseis no mar da ilha, além de invadir diversas vezes o espaço aéreo da ilha.

Nancy Pelosi é congressista há mais de três décadas, eleita por um distrito em São Francisco onde um terço da população é de origem ou tem ascendência asiática. Ela sempre teve uma voz crítica contra a China. Tanto é que, numa visita à praça de Tiananmen, dois anos após o massacre de 1989, ela compareceu com uma faixa de homenagem “aos que morreram pela democracia na China”.

Mais movimentação

Uma delegação de legisladores dos EUA chegou a Taiwan para uma visita de dois dias durante a qual se reunirá com o presidente Tsai Ing-wen. Esse é o segundo grupo de alto nível a chegar em meio a contínuas tensões militares com o vizinho gigante da ilha, a China.

Pequim, que reivindica Taiwan democraticamente governada como seu próprio território, realizou grandes manobras militares ao redor da ilha para expressar sua raiva pela visita deste mês a Taipei pela presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.

“A delegação se reunirá com líderes seniores de Taiwan para discutir as relações EUA-Taiwan, segurança regional, comércio e investimento, cadeias de suprimentos globais, mudanças climáticas e outras questões significativas de interesse mútuo”, disse o Instituto Americano em Taiwan, que representa os EUA.

O gabinete presidencial de Taiwan disse que o grupo iria se reunir com Tsai na manhã de segunda-feira.

“Especialmente em um momento em que a China está aumentando as tensões no Estreito de Taiwan e na região com exercícios militares, Markey liderando uma delegação para visitar Taiwan mais uma vez demonstra o firme apoio do Congresso dos Estados Unidos a Taiwan”, afirmou em comunicado.

Fonte: G1