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Estudo sugere que 20% das mulheres jovens possuem disfunções sexuais

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Enquanto a sexualidade masculina é mais estudada e tratada nos dias de hoje, a feminina ainda é vista como um grande tabu. Como consequência disso, a sexualidade da mulher não é tão falada e abordada. O que faz com que questões femininas sejam apagadas no contexto social e até científico. E isso implica em várias questões relacionadas à saúde sexual da mulher, que é deixada de lado. Uma nova pesquisa sobre o tema reuniu mulheres jovens australianas e mostrou que mais da metade delas já experimentou alguma dificuldade pessoal, relacionada a suas vidas sexuais. A pesquisa ainda identificou alguns dos principais fatores que levam a essa dificuldade. Esses que geralmente estão ligados a culpa, constrangimento, estresse ou infelicidade.

E o mais preocupante nisso, é que 20% dessas mulheres, com idades entre 18 e 39 anos, relataram pelo menos uma disfunção sexual. Essas que incluem problemas relacionados à excitação, desejo, orgasmo, autoimagem sexual e a capacidade de resposta durante o ato sexual. Pesquisas como essas podem abrir um novo caminho para procurar soluções válidas a esse tipo de disfunção sexual experimentado por várias mulheres.

Sexualidade feminina

“É de grande preocupação que uma em cada cinco mulheres jovens tenha uma aparente disfunção sexual. E que  metade de todas as mulheres nessa faixa etária sofram aflições pessoais relacionadas ao sexo”, afirma Susan Davis, principal autora do estudo e epidemiologista da Universidade Monash, na Austrália.

Nos Estados Unidos, houve um estudo semelhante, no final da década de 1990. O estudo sugeriu que mais de 40% das mulheres tinham alguma dificuldade sexual. Isso comparado a pouco mais de 30% no casos dos homens.

Nos homens, a disfunção erétil é muito mais discutida e estudada. Quando se tratam de problemas de disfunção sexual feminina, a situação é bem menos notificada e muito mais complexa. Se trata de um distúrbio multifacetado e até então pouco compreendido.

Hoje em dia, a disfunção sexual feminina é diagnosticada quando uma mulher apresenta dor durante o ato sexual, ou tem um declínio persistente em excitação ou desejo sexual. O que implica na dificuldade em atingir o orgasmo.

Condições como essas podem se originar a partir de diversos fatores, tais como anatômicos, psicológicos, fisiológicos e socio-interpessoais. Mas quando é tratada, a primeira e única opção é por meio de uma terapia psicológica.

Além disso, existem evidências científicas que mostram que os homens são quase duas vezes mais propensos a atingirem um orgasmo durante o sexo do que as mulheres. Enquanto isso, a segurança e eficácia de medicamentos como “viagra” para mulheres continuam controversas.

O estudo

Os pesquisadores entrevistaram 6.986 mulheres. Os questionários abordaram tópicos como desejo sexual, excitação, capacidade de resposta durante o sexo. Além do orgasmo e autoimagem sexual, avaliaram os níveis de desconforto sexual. Quase metade das mulheres relatou desconforto em suas vidas sexuais. E 30% delas haviam experimentado esse desconforto, sem ter quaisquer disfunções.

A maioria das mulheres afirma ter apenas uma disfunção sexual. Essa que geralmente era relacionada à autoimagem sexual e autoconsciência durante o sexo. E isso era justificado por estarem acima do peso, amamentando ou morando com um parceiro.

Em comparação à mulheres mais velhas, as mais jovens eram menos propensas a terem baixa excitação e dificuldade de orgasmo. No entanto, segundo os pesquisadores, as mais novas também poderiam sentir mais desconforto ao apresentar esses problemas.

De acordo com os autores do novo estudo, são necessárias novas soluções para a disfunção sexual feminina, bem mais do que as que estão sendo oferecidas atualmente.

“A alta prevalência de sofrimento pessoal relacionado ao sexo sinaliza a importância dos profissionais de saúde, particularmente aqueles que trabalham no campo da ginecologia e fertilidade, estarem adequadamente preparados para perguntar rotineiramente às jovens mulheres sobre quaisquer problemas de saúde sexual e poder auxiliá-las ou encaminhá-las para uma referência apropriada”, afirmou Davis.

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