Saúde

EUA começam testes de uma nova vacina contra o HIV em humanos

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Em 20 de setembro começou a fase de testes de uma nova vacina contra HIV, o vírus da imunodeficiência humana. Os estudos são nos Estados Unidos e na África do Sul como parte de uma iniciativa baseada em pesquisas que vêm sendo conduzidas desde 2004.

A vacina, denominada VIR-1388, entrará na fase 1 de avaliação, na qual um pequeno grupo de pessoas será submetido aos testes para avaliar os possíveis efeitos colaterais graves.

A abordagem da VIR-1388 envolve o uso do citomegalovírus (CMV) como veículo para encapsular fragmentos do vírus HIV.

Em outras palavras, a vacina não contém o vírus completo, apenas partes de sua estrutura, destinadas a ensinar o sistema imunológico a combatê-lo.

O Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos liderará o estudo, e é importante notar que o corpo humano já desenvolveu imunidade ao CMV ao longo de séculos.

Via Metrópoles

Os testes acontecerão em cerca de 100 participantes, divididos em três grupos. Dois desses grupos receberão diferentes doses da vacina, enquanto o terceiro receberá um placebo para fins de comparação de eficácia.

Os resultados iniciais estão previstos para o final de 2024, e os voluntários serão acompanhados por três anos.

Caso os resultados sejam positivos, a vacina ainda passará por mais duas fases de testes antes de ser disponibilizada ao público.

É fundamental destacar que, mesmo com o uso da profilaxia pré-exposição (PrEP), o uso de preservativos ainda é essencial durante as relações sexuais.

Isso porque a PrEP não previne a gravidez nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo.

O que é HIV?

O HIV, sigla em inglês para o vírus da imunodeficiência humana, é o causador da aids, uma doença que ataca o sistema imunológico responsável pela defesa do organismo contra doenças.

Os primeiros sintomas do HIV são semelhantes aos de uma gripe, como febre e mal-estar, e, por esse motivo, muitos casos passam despercebidos.

No entanto, a baixa imunidade resultante da infecção por HIV torna o organismo suscetível a doenças oportunistas, que aproveitam a fraqueza do sistema imunológico, culminando no estágio mais avançado da doença, a aids.

Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo e ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico.

O uso regular desses medicamentos é crucial para prolongar a vida e melhorar a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV, além de reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas.

Via Metrópoles

Tratamento e vacina contra HIV

O tratamento do HIV envolve uma combinação de medicamentos que podem variar dependendo da carga viral, do estado de saúde geral da pessoa e de sua atividade profissional, devido aos efeitos colaterais.

Em 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para o tratamento do HIV. Ele combina duas substâncias diferentes em um único comprimido.

Posteriormente, no início de 2022, a empresa de biotecnologia Moderna, em colaboração com a organização de pesquisa científica Iavi, anunciou a administração das primeiras doses de um projeto experimental de vacina contra HIV em seres humanos.

Este ensaio de fase 1 tem como objetivo avaliar se as doses do imunizante, baseado em RNA mensageiro, podem induzir uma resposta imunológica das células. Isso ajudaria a acelerar o desenvolvimento de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus.

Novos medicamentos

Via Metrópoles

Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para a prevenção do HIV em grupos de risco. Isso inclui pessoas que mantêm relações sexuais com indivíduos portadores do vírus.

Este tratamento, chamado Apretude, envolve duas injeções iniciais com um mês de intervalo, seguidas por aplicações a cada dois meses.

Atualmente, o PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) projetado especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da AIDS, utilizando medicamentos antirretrovirais.

Esses medicamentos agem diretamente no vírus, impedindo sua replicação e entrada nas células, tornando-se um método eficaz de prevenção contra o HIV.

Por outro lado, em janeiro deste ano, a vacina mais promissora contra o HIV, desenvolvida pela Johnson & Johnson, foi descontinuada devido a resultados ineficazes.

Atualmente, o único imunizante em fase de testes que pode se tornar disponível nos próximos anos é a PrEPVacc. Esse é um conjunto de injeções contra o vírus que se combina com tratamento medicamentoso e está sob avaliação em testes no sul da África.

 

Fonte: Metrópoles

Imagens: Metrópoles, Metrópoles

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