Ex-ator mirim revela que perdeu oportunidade na Marvel por não fazer “teste do sofá” com diretor

Matthew Lawrence, ex-ator mirim famoso pelo filme Uma Babá Quase Perfeita, compartilhou sobre esse fato chocante em sua carreira.

Ele participou de um episódio do podcast Brotherly Love, e conta que foi demitido por uma agência de talentos após recusar um pedido de “teste do sofá” feito por um “diretor vencedor do Oscar”.

O ator revelou que recebeu um convite para ir a um quarto de hotel, onde o diretor pediu que ele tirasse a roupa para tirar fotos polaroides, algo que ele prontamente recusou.

No entanto, perdeu sua agência por ter deixado o diretor no quarto. Também brigou com os agentes que arrumaram aquele teste, sem acreditar que realmente o mandaram fazer isso.

O ator também revelou que o diretor mencionou que, se ele aceitasse fazer o que estava sendo pedido, teria a oportunidade de interpretar um personagem da Marvel.

Via Nos Bastidores

Sem detalhes

Embora não tenha entrado em detalhes, Lawrence afirmou que recusar essas situações pode ter afetado sua carreira e que houve outros momentos em que ele foi convidado a aceitar “grandes papéis” em troca de favores sexuais.

Ele afirma que poucos homens falam sobre isso em público, mas é algo comum na indústria. Homens e mulheres vivenciam esse tipo de situação.

O ex-ator mirim também comentou sobre como calam as denúncias nesse meio, especialmente pelo abuso por parte dos homens em Hollywood. Além disso, indicou que a sociedade está menos preparada para lidar com essa situação quando se trata de homens.

Em suas palavras, acredita que a sociedade ainda está em busca de se preparar para esse tipo de situação com homens. Mesmo com mulheres, ainda é difícil de lidar.

Teste do sofá

O “teste do sofá” é um termo da indústria do entretenimento, incluindo Hollywood, que descreve uma situação em que um profissional deve realizar favores sexuais em troca de oportunidades de emprego, como papéis em filmes, contratos ou avanço na carreira.

Essa prática é um tipo de assédio sexual e abuso de poder, em que pessoas em posição de autoridade ou influência aproveitam-se da vulnerabilidade dos aspirantes a artistas para obter vantagens sexuais.

No entanto, infelizmente, casos de “teste do sofá” aparecem recorrentemente em várias indústrias, incluindo a indústria do entretenimento. Nela, os indivíduos são pressionados a comprometer sua integridade pessoal em troca de oportunidades profissionais.

Essa prática é criminosa, além de uma clara violação dos direitos humanos e da dignidade dos indivíduos.

Por outro lado, nos últimos anos, cresceu o movimento de denúncias e conscientização sobre o assédio sexual em Hollywood e em outras indústrias, com o objetivo de promover mudanças e criar um ambiente de trabalho mais seguro e igualitário para todos.

Via Los Angeles Times

Casos

Desde 2017, cada vez mais casos de assédio surgem contra produtores e diretores em Hollywood. Na época, denúncias contra Harvey Weinstein levantaram uma onda de protestos e movimentos sociais, especialmente entre mulheres.

Diversos nomes se associaram a casos parecidos, com diretores estimulando mulheres e homens a realizar favores sexuais em troca de papéis e carreira, como aconteceu com o ex-ator mirim Matthew Lawrence.

Outros poderosos também não escapam dessas acusações, como o caso do ex-presidente George H. W. Bush. Ao longo dos últimos anos, surgiram nomes como Lars Von Trier, Oliver Stone, James Toback e Brett Ratner.

Além disso, atores de renome também sofrem acusações, por sua posição de protagonismo. Por exemplo, é o caso de Kevin Spacey, os irmãos Ben e Casey Affleck, Dustin Hoffman, Steven Seagal e Jeremy Piven.

Inúmeros executivos, diretores e roteiristas também aparecem nessa lista, sendo uma situação infelizmente comum em Hollywood, em uma cultura que precisa acabar.

Fonte: Nos Bastidores, UOL

Imagens: Nos Bastidores, Los Angeles Times