Ciência e Tecnologia

Experimento bizarro implanta órgãos de porcos em macacos, entenda

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Já imaginou receber o órgão de um porco? Pois é, isso soa tão bizarro quanto é na realidade. Mas a iniciativa ambiciosa, e um tanto quanto inusitada, da empresa especializada em edição genética, eGenesis, visa abastecer os bancos de órgãos, já que as doações são muito escassas.

A startup começou a testar o transplante de órgãos de porcos em macacos. Para isso, eles tiveram que modificar geneticamente os suínos para que os transplantes ocorressem sem o risco de rejeição pelo corpo humano. O plano é que, futuramente, esses órgãos possam ser transplantados para seres humanos. Os primeiros testes estão sendo realizados em macacos no Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos.

O cirurgião James Markmann é quem está liderando os experimentos. O médico diz que esse é um passo muito importante antes de tentar fazer os transplantes em seres humanos. Usando a tecnologia CRISPRR, eles modificam geneticamente os animais para evitar coágulos e neutralizar outros tipos de respostas imunológicas.

Os experimentos

Por enquanto, os testes estão sendo feitos apenas em macacos. Como os resultados ainda estão em fase inicial, não há uma previsão certa de quando começarão os primeiros testes em seres humanos.

As modificações genéticas em porcos, feitas pela empresa, foram as maiores quantidades já realizadas até hoje. Em 2015, a cofundadora da eGenesis, Luhan Yang, afirmou ser possível fazer até 62 alterações genéticas. A maioria delas foi feita para inibir um vírus comum no genoma dos porcos que impossibilitaria um possível transplante em seres humanos.

Até agora, os resultados foram um pouco inconclusivos. Alguns dos macacos que receberam os órgãos de origem suína viveram por alguns meses, e outros animais morreram rapidamente. “Acreditamos que deve haver uma explicação biológica. Estamos investigando e tentando consertar isso”, afirma Yang.

Não foram divulgados quais os órgãos e quais as espécies de primatas que estão sendo usados no experimento. No entanto, por mais bizarra que possa parecer a tentativa de usar órgãos de porcos em macacos, o feito não é inédito. Pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos já tiveram êxito nesse quesito. Eles conseguiram fazer com que corações de porcos funcionassem em corpos de babuínos.

Os desafios

A ONG PETA, mundialmente famosa por ser dedicada aos direitos dos animais, foi categórica ao condenar tais experimentos. Através de um porta-voz, a organização disse que “os porcos são indivíduos e não meras partes avulsas”.

Segundo Muhammad Mohiuddin, diretor do programa de transplante cardíaco da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, a remoção de determinados genes pode causar prejuízos aos animais. Em alguns casos, pode até resultar em efeitos colaterais não intencionais.

Mas ele ainda vê a ideia de transplantar órgãos de porcos como uma medida positiva. E ainda que, no futuro, os órgãos desses animais poderão ser compatíveis com os seres humanos. “O fato de que há órgãos de porcos sobrevivendo por seis meses ou um ano, ou por alguns anos, é algo extraordinário”, afirma Mohiuddin.

Porém, até chegar à fase de teste em seres humanos, existe um longo caminho. Ainda não se sabe o quão arriscado seria o procedimento. Além de que as agências reguladoras ainda não estabeleceram publicamente quais serão as condições para que os testes sejam realizados em pessoas.

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