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Falta de campos magnéticos pode ser um dos motivos de não existir vida em outros planetas

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A Terra tem um campo magnético que faz com que as bússolas se alinhem de norte a sul e nos permitam navegar pelos oceanos. Dessa maneira, o nosso planeta natal funciona como um enorme ímã com pólos positivo e negativo. Como? Por causa de seu núcleo feito de metal líquido. O campo magnético, então, pode ser definido como a “camada” de forças ao redor do planeta entre esses dois pólos, que é extremamente importante para a vida terrestre. Mas e quando o contexto espacial muda? Ou seja, quando estamos falando de outros planetas semelhantes à Terra na galáxia? Eles também têm campos magnéticos para proteger a potencial “vida emergente”? Bom, vamos por partes: uma nova análise expõe a existência de exoplanetas e de campos magnéticos parecidos com os que nós temos. Só que estes são gerados pelos oceanos de magma. Contudo, fenômenos exatamente como os da Terra são muito raros e, em outras palavras, a falta de campos magnéticos pode ser um dos motivos de não existir vida em outros planetas.

Nos concentramos, desde sempre, na questão das temperaturas sem considerar a importância dos campos magnéticos. Marte e Vênus começaram com muita água. Os cientistas, agora, estão convencidos de que a perda de seus campos magnéticos gerou consequências. E essas consequências estão ligadas à quebra do vapor de água de suas atmosferas pela radiação solar. O hidrogênio escapou e tornou-os atualmente desérticos.

Certo, mas espera aí: então todos os exoplanetas encontrados dentro das “zonas habitáveis” das estrelas são parecidos com a Terra? Ou estão mais para buracos infernais como Vênus?

Possibilidades

Evidências do sistema solar sugerem que a presença de um forte momento dipolar e magnético na Terra ajudou a manter a água – líquida – em sua superfície. Portanto, o magnetismo do planeta pode ter um efeito significativo na manutenção da atmosfera. Além, é claro, da água líquida em exoplanetas rochosos. Dessa forma, a falta de campos magnéticos pode ser um dos motivos de não existir vida em outros planetas.

Sarah McIntyre analisou a chance de existirem campos magnéticos fortes o suficiente para fazer com que os exoplanetas sejam habitáveis. Infelizmente, a estudante de doutorado da Universidade Nacional Australiana traz notícias ruins.

McIntyre relata que apenas um dentre os 496 planetas analisados tem realmente a possibilidade de um campo magnético mais forte do que a da Terra. A maioria possui campos muito fracos ou… nenhum.

Estratégias para identificar a força de campos magnéticos

Não podemos medir os campos magnéticos de planetas para além do Sistema Solar. Entretanto, acredita-se que uma fórmula pode nos ajudar nesta missão. Ela seria baseada em fatores como o raio planetário, o tamanho e a densidade de seu núcleo líquido externo.

O Telescópio Espacial Kepler nos deu boas indicações a partir dos raios. McIntyre disse à IFLScience que as principais características relevantes podem ser derivadas disso, juntamente à massa planetária e a taxa rotacional.

Excessiva força magnética

Ah, e não para por aí: a maioria deles orbita em estrelas do tipo M (anãs vermelhas), que são propensas à explosões de radiação. E quanto mais radiação, mais campos magnéticos são necessários. E quanto mais campos magnéticos, mais improvável de assegurar uma força parecida com àquela que teríamos em um planeta capaz de abrigar água.

McIntyre também reconhece que nossos métodos de descoberta de planetas criaram uma amostra distorcida, sendo necessária uma ampliação da análise. A estudante sugere priorizar o estudo de planetas que provavelmente terão campos magnéticos, algo que McIntyre disse à IFLScience não estar acontecendo com as missões em andamento.

A única exceção na amostra de McIntyre é o Kepler-186f, que orbita em uma estrela do tipo K. Ele é o único candidato a possuir um campo magnético forte o bastante para abrigar vida.

Pelo visto, a falta de campos magnéticos pode ser um dos motivos de não existir vida em outros planetas. O que você acha disso? Teremos novas e mais promissoras descobertas a caminho? Não deixe de compartilhar o seu comentário.

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