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No decorrer desses oitenta anos, vimos o Cavaleiro das Trevas ser interpretado várias vezes. No entanto, suas principais características sempre foram preservadas. Seja no apático, porém sedutor, Bruce Wayne ou em seu sombrio alter ego, aqueles que os interpretam sempre trabalham com certos requisitos inalteráveis. Do traje e acessórios à entonação da voz e princípios, ocorrem singelas modificações. No fim das contas, até mesmo os atores seguem um padrão. Veja bem, Michael Keaton, Val Kilmer, George Clooney, Christian Bale e Ben Affleck são astros que compartilham diversas características físicas. Coincidentemente, Robert Pattinson foi descrito como a escolha mais contraditória, apesar de não fugir desse padrão. A questão é: nós sempre sabemos o que esperar do Batman. Obviamente, isso não o torna menos interessante, mas não é difícil perceber que, o que realmente o qualifica como um dos melhores personagens de todos os tempos, é sua galeria de vilões.
Em contrapartida, ao contrário de seu arqui-inimigo, o Coringa passou por uma impressionante evolução através das décadas. Primeiramente, ele foi reimaginado como um mafioso modificado por produtos químicos; em seguida, foi representado como um anarquista niilista cuja origem e motivações são uma incógnita; não muito tempo atrás o vimos assumir a postura de um incoerente gangster todo tatuado e moderno; por fim, nos deparamos com sua versão mais sombria e polêmica, onde um introvertido e fracassado comediante se transforma no símbolo revolucionário de Gotham. Como pudemos ver, Jack Nicholson, Heath Ledger, Jared Leto e Joaquin Phoenix retrataram o mesmo personagem de formas extremamente únicas. Cada um deles deu ao Coringa sua própria redefinição. Além disso, a única semelhança que os quatro partilham é o fato de serem homens. Mas, acredite se quiser, até nisso o personagem poderia ser reformulado.
Tilda Swinton? Como assim?
Há uma semana atrás, Britt Hayes publicou no site, Birth.Movies.Death, um artigo onde argumentava com veemência que Tilda Swinton era a escolha ideal para trazer um novo Coringa às telas. De acordo com Hayes, a atriz é um verdadeiro camaleão do cinema e consegue subverter até mesmo a arte da atuação. Em sua pontuação, ela chegou a citar Bale, o mais adorado intérprete do Batman. Segundo Hayes, a capacidade de mutação de Swinton se assemelha a do ator. No entanto, ao mesmo tempo ela vai mais à fundo e, assim como Ledger e Phoenix, oferece mais que a arte performática. Talvez, até mesmo o famoso “método” seja superficial para descrever o dom da atriz.
Contudo, é válido lembrar que escalar uma mulher para viver o famoso vilão pode ser recebido com muito mais críticas que o Batinson. Por isso, Hayes utilizou o trabalho de Swinton como o arcanjo Gabriel em Constantine como exemplo. Aparentemente a jogada do diretor Francis Lawrence foi preciso e subversivo. Ademais, foi citado que Swinton quase chegou a interpretar o palhaço Pennywise no filme de Andy Muschietti. Imagine um It sob a perspectiva da atriz. Isso serve como referência para mostrar que aos olhos dos grandes cineastas, personagens icônicos não devem se restringir ao gênero. Foi destacado que o próprio Coringa é marcado pela falta de identidade. Logo, não faz sentido limitá-lo.
Não demorou para que essa sugestão circulasse pela internet e passasse a gerar discussões entre o público. Enquanto alguns se mostraram a favor, como era de se esperar, outros foram completamente contrários à ideia. Mas e aí, o que você acharia desse Coringa em The Batman? Compartilhe sua opinião com a gente.
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