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Gilles de Rais, o primeiro serial killer da História

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Gilles de Rais é um nobre do século XV. Seu legado é, deveras, complicado de se descrever. Ele é lembrado por seu serviço como um herói de guerra, que liderou o exército francês, ao lado de Joana d’Arc. Ambos somaram forças para derrotar o Reino da Inglaterra e seus aliados na Guerra dos Cem Anos. No entanto, Gilles de Rais, o primeiro serial killer da história, também é lembrado por ter assassinado mais de 100 crianças. Crimes estes que inspiraram o duradouro mito do Barba Azul. O homem nascera em 1405, como filho de nobres, na área de Rais, na França. Quando criança, ele era extremamente brilhante. Escreveu manuscritos esclarecedores, verbalizou o latim fluentemente e aprendeu táticas militares.

Quando tinha 10 anos, seus pais morreram. A criança foi colocada sob a custódia de seu avô, um notável estrategista político. Este, por sua vez, casou-se com Catherine de Thouars da Bretanha, uma rica herdeira que aumentou muito sua fortuna.

A descoberta

Rais se envolveu no enorme conflito entre o Reino da França e o Reino da Inglaterra, que viria a ser conhecido como a Guerra dos Cem Anos. Foi o momento em que sua região natal se tornou um território disputado entre os dois grandes reinos. Ele lutou ao lado de Joana d’Arc quando o exército francês resgatou a cidade de Orleans de um cerco inglês, um importante ponto de virada na guerra.

A heroína foi capturada pelos ingleses e queimada na fogueira, sendo a vitória dos franceses sobre os ingleses permeada no ano de 1435. Devido aos sucessivos acontecimentos, Rais decidiu recuar da vida militar e pública.

Em 1440, uma discussão entre Rais e um clérigo na Igreja de Saint-Etienne-de-Mer-Morte acabou resultando no sequestro do próprio padre. A igreja iniciou uma investigação e descobriu que, nos oito anos anteriores, Rais participava de alguns dos mais hediondos atos imagináveis.

Autoridades da Igreja e homens da lei seculares conversaram com os serviçais do assassino. Eles alegaram que Rais havia estuprado e assassinado mais de 100 crianças, principalmente meninos. Dois clérigos franceses testemunharam que Gilles de Rais havia procurado pessoas que sabiam alquimia e convocação de demônios para aprender as artes por si mesmo. Disseram que ele tentou convocar um demônio várias vezes. Em uma deles, ele adquiriu as partes do corpo de uma criança para uma convocação.

Atrocidades

Os dois criados de Gilles de Rais admitiram ter raptado crianças para ele e viram-no molestar jovens garotos antes de decapitá-los. Vários camponeses de aldeias vizinhas também se apresentaram para declarar que seus filhos haviam desaparecido.

Rais até confessou os crimes, sob ameaça de tortura, dizendo que “quando os ditos filhos estavam mortos, ele os beijou. Aqueles que tinham os membros mais bonitos tiveram seus corpos cruelmente abertos. Ele deliciava-se com a visão de seus órgãos internos”.

Em 26 de outubro de 1440, ele foi enforcado. Durante séculos, as pessoas aceitaram a narrativa da Igreja sobre os crimes cometidos por Gilles de Rais. Serviu até mesmo como inspiração para o conto de fadas de 1697, “Bluebeard”. No entanto, na última década, alguns começaram a contestar sua culpa.

Outras versões

A escritora inglesa, Margot K. Juby, publicou recentemente um livro alegando a inocência de Rais. Ela, inclusive, citou a tortura que o tribunal eclesiástico usou na obtenção de confissões, bem como a falta de qualquer evidência física apresentada na época dos mais de 100 assassinatos que ele teria cometido. “Parece impossivelmente antiquado no século 21 ler um texto que aceita plenamente a validade de um julgamento da Inquisição com o uso de tortura”, disse Juby.

Além disso, o duque da Bretanha, que processou o caso secular, recebeu todos os títulos para suas antigas terras após sua condenação. Em 1992, um maçom francês organizou uma corte de ex-ministros franceses, parlamentares e especialistas da Unesco para reabrir o julgamento. Eles assinalaram um veredicto de inocência.

Com a evidência disponível para nós hoje, é realmente impossível saber com certeza se Gilles de Rais cometeu ou não esses crimes horripilantes. Assim sendo, Gilles de Rais continuará sendo uma figura emblemática, mas proeminente, da história francesa.

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