Há um ano da invasão da Rússia, ucranianos relembram começo da guerra: “Abri o YouTube e aprendi a usar uma arma”

Depoimentos de ucranianos emocionam e relembram um ano do início da guerra, quando a Rússia começou a invadir o País.

Ao ecoar as memórias de muitos moradores, Alina Shapoval, que tinha 36 anos e morava em Kiev, despertou por explosões há um ano atrás, quando a Rússia iniciou o ataque ao país.

Enquanto sua filha dormia ao seu lado, Shapoval se perguntava como isso era possível. Afinal, sua cidade natal, Nova Kakhovka, na região de Kherson, agora estava ocupada pelas forças russas.

Assim como milhões de outros ucranianos, Shapoval passou suas primeiras horas de guerra ligando para sua família, pegando uma mala e saindo de casa.

Ela foi para a casa de um parente e se ofereceu para ajudar a fornecer roupas e equipamentos para as forças armadas, assim como havia feito após a anexação da Crimeia em 2014.

Cheia de adrenalina, Shapoval passou as primeiras semanas ajudando os soldados quase sem dormir. Contudo, embora quisesse permanecer na Ucrânia, ela sabia que era perigoso e quase impossível.

Shapoval foi apenas uma das moradoras que fugiram para o litoral. Ela ficou com um amigo na Suíça por quase um ano, mudando-se de forma independente para a Polônia. No entanto, entre outros depoimentos de ucranianos, ela afirma que sua vida se destruiu. Nunca mais viu sua família, e, por muito tempo, teve medo de não os ver novamente.

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Depoimentos de ucranianos sobre se preparar para lutar

Enquanto isso, ao ser questionado sobre a invasão russa que ocorreu enquanto vivia em Irpin, Olexander Atamas, de 35 anos, disse que estava preparado, mas ainda assim foi pego de surpresa.

Ele sentiu medo e ficou estressado, afirmando que isso o afetou psicologicamente. No entanto, Atamas agora serve nas Forças Navais da Ucrânia e afirmou que atualmente não há mais medo, e sim confiança de que a luta pela libertação terá resultados para recuperar os territórios.

Milhões de ucranianos transformaram o medo em desafio, incluindo Yegor Firsov, paramédico de combate do exército ucraniano na linha de frente oriental e ex-parlamentar.

Ele claramente se lembra do dia 24 de fevereiro. Neste dia, ele abriu o YouTube com as mãos suando e decidiu aprender a usar uma arma. Por fim embora ninguém estivesse realmente pronto para a guerra, Firsov afirma que eles superaram o medo e reuniram suas forças. Agora, estão prontos para lutar o tempo que for necessário, seja dias, meses ou anos.

Via CNN

Entenda a Guerra na Ucrânia

A invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 foi resultado de uma longa disputa política e histórica entre os dois países do Leste Europeu. Putin colocava exércitos na fronteira e exigia que a Ucrânia não entrasse na Otan, o que era visto como uma ameaça à integridade territorial da Rússia.

O presidente ucraniano negou a atuação de grupos neonazistas e solicitou sanções e envio de equipamentos militares para a defesa do país. As sanções ocidentais levaram a aumentos surpreendentes nos preços de fertilizantes, trigo, metais e energia, causando uma crise alimentar e inflacionária global.

O Parlamento Europeu reconheceu a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo, isolando diplomática e economicamente o país.

A aproximação da Ucrânia com a Otan é apontada como uma das principais razões da invasão, o que significaria uma perda de influência russa sobre o país e uma possível ameaça para a Rússia.

A crise política na Ucrânia e a questão da Crimeia também contribuíram para o conflito. Pouco antes da invasão, a Rússia reconheceu a independência das regiões separatistas da Ucrânia. Por isso, justificou a disputa territorial justa e não sendo ataque direto ao país.

Consequências

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A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 desencadeou uma série de consequências graves para a economia e a política internacional. A recusa da Ucrânia em aderir à União Econômica Eurasiática e a aproximação com a OTAN, além da suspensão das negociações com a União Europeia, foram fatores que desagradaram o governo russo e possivelmente potencializaram a invasão.

Além disso, a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e o apoio do país a grupos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia foram outros motivos para o conflito.

Segundo depoimentos de ucranianos, a guerra também resultou em sanções econômicas ocidentais à Rússia e agravou a crise econômica global. Além disso, gerou um grande número de mortes e deslocamentos na Ucrânia. Por isso, a situação continua sendo um ponto de tensão no cenário internacional e uma preocupação para a comunidade global.

Fonte: CNN

Imagens: Jovem Pan, CNN, UOL