História

Hanoi Hilton, a terrível câmara vietnamita

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A prisão de Hỏa Lò, localizada na cidade de Hanói, no norte do Vietnã, foi o cativeiro de centenas de soldados americanos durante a Guerra do Vietnã. O local, em suma, foi intitulado ironicamente, pelos mesmos, como Hanoi Hilton que, em português, seria Fogo Ardente.

Diferente de qualquer prisão hoje, ali, os prisioneiros foram mantidos em isolamento, por anos a fio. Analogamente, muitos foram acorrentados ao chão ou pendurados em ganchos de metal enferrujados.

No final da guerra, muitos conseguiram conquistar liberdade, incluindo o falecido senador americano John McCain. Em contrapartida, inúmeros outros não tiveram a mesma sorte. Cerca de 114 prisioneiros americanos morreram no cativeiro.

A história do infame Hanoi Hilton

Antes de ser intitulada como Hanoi Hilton, o local, uma prisão colonial francesa, era conhecido como La Maison Centrale. Os vietnamitas, no entanto, a denominavam como prisão “Hỏa Lò”. Originalmente, a prisão foi construída no final do século XIX. Nesse ínterim, sua estrutura abrigava até 600 prisioneiros. Durante quase uma década de guerra, mais de 700 prisioneiros foram mantidos em cativeiro, sofrendo anos de tortura e abuso diários.

Além do confinamento solitário prolongado, os prisioneiros eram regularmente amarrados com estoques de ferro, oriundos da era colonial francesa. Feitas para pulsos e tornozelos menores, essas madeixas eram tão apertadas que cortavam a pele dos homens, deixando as mãos negras.

Trancados e sem terem para onde ir, vermes, ratos e outros animais se tornaram a única companhia dos prisioneiros. Além disso, as condições, com os dias, sempre pioravam. Os prisioneiros, em um determinado momento, eram forçados a sentar-se em seus próprios excrementos. Analogamente, muitos foram violentamente espancados. Outros permaneciam sentados em bancos por dias a fio.

A presença de John McCain

Em 1967, McCain se integrou ao grupo de prisioneiros do Hanoi Hilton depois que seu avião foi abatido. No acidente de avião, McCain fraturou um joelho e o braço direito. Quando os vietnamitas descobriram que seu pai era um almirante da Marinha dos Estados Unidos, McCain não recebeu nenhum atendimento médico.

Ainda nesse ínterim, em um determinado momento, os vietnamitas ofereceram a McCain liberdade. O ato, em suma, era um estratégia política. Mesmo tendo a chance de se libertar do inferno que era Hanoi Hilton, McCain decidiu ficar. Analogamente, tomar tal decisão, para McCain, foi um ato de solidariedade para com seus companheiros de prisão.

Em contrapartida, os vietnamitas não receberem o ato de McCain de forma positiva. O que, no final, rendeu-lhe uma sessão de tortura adicional. Durante seu tempo no Hilton Hanoi, os cabelos de McCain ficaram completamente brancos. Apesar das inúmeras torturas, os soldados americanos permaneceram unidos.

Foi somente no início de 1973, quando os EUA e o Vietnã do Norte finalmente concordaram com um cessar-fogo, que os 591 prisioneiros americanos foram libertados.

O retorno de McCain

John McCain retornou à Hanoi décadas depois. Em suma, após ter chegado no local, o ex-prisioneiro John McCain descobriu que a maior parte dele tornou-se apartamentos de luxo, e o restante se tornou um museu, chamado Memorial da Prisão de Hoa Lò.

“Quarenta anos depois, quando relembro essa experiência, acredite ou não, tenho emoções um tanto confusas por ter sido um período muito difícil”, afirmou McCain, em 2013. “Mas, ao mesmo tempo, os laços de amizade e amor com meus companheiros de prisão serão a lembrança mais duradoura dos meus cinco anos e meio de encarceramento”.

Nesse ínterim, é importante ressaltar que a maior parte do museu é dedicada ao tempo do edifício como a Maison Centrale, a prisão colonial francesa, com celas em exibição que antes continham revolucionários vietnamitas. Analogamente, existe até uma guilhotina francesa antiga.

Apenas uma sala na parte de trás é dedicada aos prisioneiros de guerra americanos, embora não faça referência à tortura. Surpreendentemente, existem até vídeos, detalhando o “tratamento gentil” dos prisioneiros, ao lado de fotos de americanos praticando esportes no recinto da prisão.

Além disso, o museu exibe uma roupa de voo e paraquedas como pertencentes a McCain, de quando ele foi abatido sobre Hanoi, exceto que eles são falsos.

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